Carlos Freitas, anunciado esta segunda-feira como novo diretor-desportivo da Fiorentina, segue com atenção o que se passa em Portugal e analisa, numa entrevista exclusiva a O JOGO, a última temporada
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Se Benfica e Sporting se bateram pelo título nacional até à última jornada, o FC Porto viveu nova época de insucesso. É partidário da justificação de que falta portismo à equipa?
-Na última meia-final da Champions, na ficha de jogo do Manchester City-Real Madrid, de um lado estavam Otamendi, Mangala e Fernando, do outro Danilo, Casemiro e James Rodríguez. Estamos a falar de seis ex-jogadores do FC Porto - sem contar com Pepe. É impossível uma equipa manter o mesmo nível perdendo tantos elementos importantes em tão pouco tempo. A menos que tenha a capacidade de carregar num botão e se regenerar. Muitas vezes dá a ideia de que queremos que o futebol seja um jogo de computador, mas não é. Por outro lado, saíram os melhores portugueses e não houve gente da casa de igual valia, mas valores como André Silva, Francisco Ramos ou Rafa Soares podem dar garantias de que a equipa voltará a ter essa identidade expressa ao mais alto nível num futuro próximo. O FC Porto está a passar por uma fase como a que aconteceu em 2003, e foi capaz de ser reerguer e ganhar Taça UEFA, Liga dos Campeões e Liga Europa.
Nuno Espírito Santo já foi apresentado no Dragão. Era de um treinador com este perfil que o FC Porto necessitava?
-Nuno Espírito Santo tem passado no clube, experiência nacional e internacional e sabe o que é competir nesses patamares. O FC Porto já foi bem-sucedido com este tipo de apostas e pode voltar a ter bons resultados.
Concorda com os defensores de que um ex-guarda-redes não dá bom treinador?
-Não. É mito urbano, nada mais.
O último título foi ganho pela melhor equipa?
-O Benfica fez mais pontos, foi o melhor. O que me impressionou mais foi a afirmação de vários jogadores novos em simultâneo em lugares-chave.