FC Porto investe no futuro: média de idades dos reforços é a mais baixa da era Conceição
Empréstimos de Francisco Conceição e Jorge Sánchez contribuíram para que a despesa tenha sido uma das mais reduzidas desde 2017. Venda recorde de Otávio representa a maior fatia do lado das receitas.
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A seleção de novos jogadores com que o FC Porto encerrou o mercado de transferências traduz-se numa conclusão curiosa.
Os dragões investiram fortemente na juventude, ao ponto de a média de idades dos reforços ser a mais baixa de sempre nesta janela com Sérgio Conceição como treinador.
A diferença para 2018/19 e 2022/23 são umas meras décimas, mas suficientes para certificar a ilação. Francisco Conceição (20), Nico González (21), Iván Jaime (22) e Alan Varela (22) têm 22 anos ou menos, enquanto que Jorge Sánchez e Fran Navarro estão ambos na casa dos 25, sendo, ainda assim, mais novos do que o elemento mais velho recrutado nas quatro temporadas anteriores no mesmo período: Samuel Portugal (28), Wendell (28), Taremi/Cláudio Ramos (28) e Marcano (32), respetivamente.
A perda de algumas unidades nucleares, bem como o desejo de recuperar o título perdido para o Benfica, fazia prever um mercado agitado no Dragão, mas os gastos não foram tão avultados quanto se imaginaria. As chegadas de Francisco Conceição e Jorge Sánchez, cujas taxas de empréstimo não são conhecidas, resultaram numa despesa de pouco mais de 33 M€, com Iván Jaime a figurar como o mais caro dos reforços (10 M€). A verba ainda poderá crescer, uma vez que o extremo (10 M€) e o lateral-direito (4 M€) têm cláusulas no contrato que obrigam à compra mediante a realização de um determinado número de jogos. No entanto, por enquanto ainda é a terceira mais baixa desde o início da era Conceição, mesmo contabilizando os 20 M€ de Óliver em 2017/18, época em que, em boa verdade, só chegou Vaná (1 M€) - o espanhol já estava no grupo, mas a compra efetivou-se apenas nessa janela.
No reverso da medalha, o da receita, o valor obtido foi o mais baixo do reinado de Sérgio, depois de a SAD ter optado por assumir o risco financeiro de segurar a maioria das pérolas... por agora. Curiosamente, este desfecho aconteceu numa janela em que o FC Porto até realizou a melhor venda da história do clube em termos absolutos, permitindo a partida de Otávio para os árabes do Al Nassr a troco de 60 M€.
Isto, depois de o Union Berlim também ter pago 7,5 M€ para ficar com Diogo Leite a título definitivo. Seja como for, o volume de negócios permitiu à sociedade azul e branca fechar o mercado com um balanço positivo de sensivelmente 34 M€.