Francesco Farioli puxa por melhorias, no regresso dos dragões a um estádio onde viveram um pesadelo há seis meses. Resposta agrada e respira-se confiança, mas sem deslumbramento e com a mensagem clara de que a equipa ainda está longe do que pode atingir. Última visita a Barcelos provocou uma noite caótica.
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Se dizem que não se deve voltar ao sítio onde se foi feliz, o que dizer dos que trazem más memórias? O primeiro jogo do FC Porto fora do Dragão, esta época, será em Barcelos, seis meses depois de uma noite terrível e de múltiplas consequências. O Gil Vicente ganhou 3-1, na terceira derrota seguida dos dragões (ainda viria a quarta a seguir) e no fim da linha para Vítor Bruno no comando técnico. Samu ficou tão frustrado que, no fim da partida, deu um soco no placard das entrevistas rápidas e Pepê foi alvo de um processo disciplinar pela resposta que devolveu ao treinador, via redes sociais. Uma caótica noite de janeiro que acabou a altas horas da madrugada, com André Villas-Boas a convocar todos os jogadores para uma reunião de emergência, no Dragão, onde centenas de adeptos se juntaram em protesto.
Meio ano depois, muita coisa mudou no FC Porto, do treinador ao plantel, e respira-se um ar bem diferente, apesar de resistirem vários jogadores que estiveram nessa partida. A lembrança daquele pesadelo é inevitável, mas a cabeça está limpa de fantasmas. Por outro lado, isso sim, a mensagem de Francesco Farioli esta semana tem sido clara: exigência e correções. O treinador italiano está satisfeito com a resposta da equipa, vê o nível de jogo na projeção que fez para esta altura da época, ainda para mais tendo em conta várias condicionantes, mas ainda está longe no patamar que pretende. Ainda há muito a melhorar e deixou isso claro aos jogadores.
O sólido triunfo por 3-0 na primeira jornada, contra uma equipa como o V. Guimarães, reforçou as expectativas e o otimismo dos adeptos, que correram aos bilhetes para Barcelos, porém a confiança do grupo está blindada a ilusões ou deslumbramentos. Pés no chão e foco nas correções transmitidas pela equipa técnica, na consciência que pela frente estará uma equipa que também vem de uma vitória, manteve o treinador e não perde em casa com os dragões há duas temporadas – em 2023/24 resgatou um empate (1-1) em cima do apito final.