Os maus resultados registados desde o regresso da I Liga explicam-se na falta de eficácia na finalização. Agora vem aí a terceira melhor defesa do campeonato e Conceição precisa de recuperar os avançados
Corpo do artigo
O FC Porto melhorou em todos os parâmetros estatísticos do jogo neste pós-pandemia. Aliás, todos não, uma vez que faltam os golos.
Corona foi o autor dos dois golos marcados nas últimas três jornadas
O que têm Soares, Zé Luís, Marega e Aboubakar em comum? Nenhum dos quatro conseguiu marcar no regresso do campeonato após a paragem provocada pela pandemia. A verdade é que esta ausência de golos dos principais avançados do plantel serve para justificar, em boa parte, os recentes maus resultados do FC Porto, que conheceu todos os finais possíveis nos últimos três jogos - uma vitória, um empate e uma derrota.
As exibições dos grandes não têm sido marcadas pelo brilhantismo nesta retoma, mas não deixa de ser curioso que, no que diz respeito aos dados mensuráveis, o FC Porto melhorou em todos os aspetos do jogo na comparação com as primeiras 24 jornadas do campeonato.
Pois é: nestas três últimas partidas, com o Famalicão, Marítimo e Aves, a equipa teve mais tudo; mais bola, mais remates, mais cruzamentos, mais cantos e até maior qualidade no passe e intensidade nos duelos individuais.
Sendo assim, onde está o problema que levou o FC Porto a perder cinco pontos num tão curto espaço de tempo? A resposta está no início deste texto: faltou, essencialmente, eficácia na hora de finalizar. Apesar de ter subido em todos os parâmetros estatísticos do jogo, a equipa de Sérgio Conceição baixou naquele que é o mais importantes para garantir o sucesso: a média de golos marcados.
12337538
Ontem, o treinador fez esse apontamento [ver página 2] e não estava enganado. Se do ponto de vista defensivo a equipa mantém um registo interessante, com dois golos sofridos (frente ao Famalicão) em apenas três remates enquadrados com a baliza consentidos aos adversários (eficácia incrível...), no ataque os portistas têm vivido um verdadeiro problema, como se viu ainda no último jogo frente ao Aves, em que a equipa desperdiçou vários oportunidades flagrantes, sobretudo na segunda parte.
No imediato, esta será a grande preocupação de Sérgio Conceição, que tem de recuperar rapidamente os seus principais avançados, sobretudo do ponto de vista anímico, uma vez que os dois únicos golos apontados desde o regresso pertenceram a Corona.
Curiosamente, a próxima jornada traz um confronto com o Boavista, uma equipa que atravessa um excelente momento de forma e chega a esta fase adiantada da época como a terceira melhor defesa do campeonato (25 golos sofridos em 27 jogos), apenas atrás de FC Porto e Benfica. Mas, nos últimos 11 dérbis, o FC Porto venceu sempre.