FC Porto: contactos seguem para desatar nó e diferendo pode ser resolvido em breve
O JOGO sabe que representantes do treinador estão em permanente comunicação com o clube para o diferendo ser ultrapassado
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Semana decisiva para o futuro imediato do FC Porto. Villas-Boas continua empenhado em resolver o imbróglio com Sérgio Conceição para depois avançar para a contratação do seu sucessor, que, como se sabe, deverá ser Vítor Bruno.
Conceição está no Algarve e, ao contrário do esperado, não foi ver o filho Sérgio a Santa Maria da Feira. Nos próximos dias, a rescisão poderá ser acertada. Só depois, Villas-Boas avançará para Vítor Bruno.
Uma nova reunião entre o ainda técnico dos dragões e o presidente estava agendada para esta segunda-feira, mas dificilmente irá acontecer, porque Conceição continua no Algarve, de férias, com a família. Ou parte dela, uma vez que Francisco já se apresentou na Seleção Nacional e Sérgio jogou no domingo pelo Feirense, bisando no triunfo por 3-0 sobre o Lusitânia de Lourosa que garantiu a permanência na II Liga. O treinador era esperado em Santa Maria da Feira para assistir ao jogo, mas acabou por preferir não o fazer, evitando a exposição depois dos acontecimentos dos últimos dias.
Em todo o caso, na prática, também não será necessário que treinador e presidente se sentem à mesa. O JOGO sabe que os representantes de Conceição estão em permanente contacto com os responsáveis portistas no sentido de ultrapassar o diferendo entre as partes para melhor resolução do contrato assinado com Pinto da Costa a dois dias das eleições. O advogado Pedro Henriques, refira-se, foi o responsável jurídico apontado pelo treinador para mediar as conversas . O acordo não está fácil de ser alcançado, depois dos últimos acontecimentos que levaram, inclusive, a SAD azul e branca a avançar com um processo de inquérito aos adjuntos que publicamente defenderam Conceição e criticaram Vítor Bruno.
Conceição vai despedir-se do FC Porto ao fim de sete temporadas em que venceu 11 títulos e orientou a equipa em 379 jogos. É o recordista no banco portista
Como se sabe, o contrato assinado prevê que se o treinador sair por iniciativa do clube terá direito a uma indemnização, que poderá ser o valor total do vínculo de quatro anos. Por outro lado, se a iniciativa for do treinador não terá de pagar nada ao clube. Em todo o caso, recorde-se, Conceição já disse que não quer dinheiro. “Se amanhã for o meu último jogo, o FC Porto paga-me o dia de amanhã e vou embora sem mais nada. Isto fez muita comichão a muita gente. Vou embora sem levar um tostão, pagam-me até ao dia em que trabalhar, com a mesma dignidade com que entrei”, referiu na véspera da final da Taça de Portugal. Porém, os acontecimentos que se seguiram, nomeadamente, o desejo manifestado por Vítor Bruno de seguir uma carreira a solo e a possibilidade de isso acontecer já no FC Porto deixou Conceição irritado, como são prova as declarações dos outros adjuntos e as publicações nas redes sociais por parte da mulher e dos filhos Rodrigo e Moisés.
Apesar de tudo isto, a expectativa das partes é que o imbróglio seja resolvido em breve, o que é do interesse de todos, com a formalização de um acordo de rescisão por mútuo consentimento. Só depois é que Villas-Boas poderá avançar oficialmente para a contratação de Vítor Bruno e começar a definir tudo sobre a nova época.