FC Porto com talento imune à pressão: "Nunca me enganou, até o meu pai dizia..."
Fábio Vieira deve ser o eleito para render Corona (castigado) num jogo que poderá confirmar o FC Porto como campeão. Esta temporada participou no clássico dos bês frente ao Benfica e fez um golo.
Corpo do artigo
Os golos com o Belenenses e o Tondela, a assistência com o Boavista e o à-vontade com que Fábio Vieira entrou sempre que Sérgio Conceição o chamou fazem dele um forte à candidato a entrar no onze contra o Sporting e, quem o conhece bem, garante a O JOGO que a pressão de estar a jogar um clássico não o afetará.
12414980
Paulo Moreira e Luís Mata acompanharam o percurso do médio antes de saltar para a equipa principal e sustentam que o caráter que o treinador portista tanto elogiou nas últimas semanas o fará sair-se bem num encontro que poderá confirmar o FC Porto como campeão.
"Desde os sub-12, que foi quando cheguei ao FC Porto, que acho que o Fábio [Vieira] nasceu para o futebol, porque revelou sempre uma grande maturidade nos momentos de decisão. Sempre deu a ideia de ser imune à pressão", explica o primeiro, reforço do Varzim para a próxima época, que rumou ao Águeda após vencer o campeonato de Sub-19 e a Youth League ao lado do esquerdino. "O Fábio [Vieira] lida muito bem com a pressão, independentemente de estar a jogar em Pedroso ou no Dragão, com muitos ou poucos adeptos. O jogo com o Sporting será especial, mas estou muito convencido de que não vai tremer. Jogar com os melhores até será uma motivação extra", sustenta o segundo, que assinou com os polacos do Pógon depois de capitanear a equipa B azul e branca esta época.
"O Fábio [Vieira] nasceu para o futebol, porque revelou sempre uma grande maturidade nos momentos de decisão. Sempre deu a ideia de ser imune à pressão"
O talento precoce e o caráter para assumir
Tal como esta época, em que foi um dos últimos campeões da Youth League a estrear-se pela equipa principal (só falta João Mário), Fábio Vieira sempre teve de lutar para se afirmar no FC Porto. "Quando cheguei ao clube, todos falavam no Fábio [Vieira], mas houve um período em que não jogou tanto. Mesmo assim, manteve sempre aquela qualidade e aquele caráter dele. Sempre foi dos melhores jogadores que vi jogar da nossa geração. Nunca me enganou. Até o meu pai dizia que ele ia dar jogador", conta Paulo Moreira, satisfeito por constatar que essas previsões parecem estar a confirmar-se.
De resto, Luís Mata tem uma opinião muito semelhante. "Foi o jogador que, por talento e qualidade, mais me surpreendeu na equipa B. Se calhar outros jovens chegam à equipa principal e tremem muito mais, não gostam de assumir e preferem fazer as coisas mais pela certa, mas o Fábio está muito à frente nesse aspeto", afirma o também esquerdino, que faz questão de explicar a opinião para não soar que se trata de uma declaração politicamente correta ou um elogio gratuito. "No futebol nunca sabemos o dia de amanhã, mas na equipa B apanhei muitos que estão a grande nível e ele destacava-se pela qualidade, pelo caráter e por não ter medo. Treinei com ele todos os dias e sei o que vale. É rápido, tem uma capacidade de decisão, uma visão de jogo e um último passe incríveis... Aquele pé esquerdo mete a bola onde quer", sublinha Mata.
"Sempre foi dos melhores jogadores que vi jogar da nossa geração. Nunca me enganou. Até o meu pai dizia que ele ia dar jogador"
A permissão dada por Alex Telles para Fábio Vieira bater o livre que resultou no 4-0 com o Belenenses ou a escolha de Sérgio Conceição para o médio marcar o penálti que resultou no 3-1 com o Tondela, após uma reação intempestiva de Marega, são a maior prova para Luís Mata de que o internacional sub-21 já conquistou toda a gente. "Ao contrário de outros jogadores, que são capazes de duvidar da sua qualidade por estarem um patamar acima, ele é o contrário. Não digo que seja a mesma coisa que estar a jogar com os amigos, porque não é, mas o Fábio abstrai-se de estar com os melhores", refere o lateral. "Não lhe interessa se está a treinar com o Danilo ou o Alex Telles. É por isso que acho que os mais experientes olham para ele e apercebem-se que ele não treme se lhe entregarem qualquer tipo de responsabilidade", opina. A próxima pode ser a de responsabilidade de render Corona (castigado) no onze.
À procura do terceiro título em 15 meses
A próxima pode ser a de responsabilidade de render Corona (castigado) no onze, num encontro em que o FC Porto espera festejar o título. Para Fábio, será a terceira conquista num espaço temporal de 15 meses, algo a que não estava habituado até chegar aos sub-19. "A nossa geração sempre teve muito valor a nível individual e até jogávamos bem, mas, infelizmente, havia sempre um detalhe que nos prejudicava e terminamos o campeonato de sub-15 e sub-17 em terceiro", lembra Paulo Moreira. Coisas do destino...