SAD ainda deseja o atleta e nos últimos dias chegou a encontrar-se com o alegado tutor, mas este “desapareceu” a meio da reunião sem justificação
Corpo do artigo
Impossibilitado de assinar pelo desconhecido Dinamo Odranski Obrez, do recôndito quarto escalão da Croácia, que serviria apenas de ponte para outro do principal campeonato alemão, Cardoso Varela encontra-se agora numa situação delicada. Da parte do FC Porto continua a existir o desejo de o integrar, mas caberá ao internacional sub-17 demonstrar o mesmo, algo que até agora não aconteceu.
De acordo com informações recolhidas por O JOGO, os responsáveis dos azuis e brancos ainda tentaram uma reaproximação num encontro realizado nos últimos dias com Wilson Sardinha, mas o alegado tutor do extremo em Portugal, que não tem qualquer ligação familiar ao atleta, “desapareceu” a meio da reunião sem dar qualquer justificação. Entretanto, os dois viajaram para a Croácia durante o fim de semana, na companhia do agente Faustino Gomes, para tentar, sem sucesso, fechar a transferência.
Falhado o objetivo, pelo menos por agora, de rumar à Croácia, Cardoso Varela regressa à condição de jogador livre. O internacional sub-17 já estava no último dos dois anos de contrato de formação com o FC Porto - máximo permitido por lei - e viu a cotação aumentar bastante ao fazer um golo e três assistências no Europeu da categoria.
André Villas-Boas tem feito os possíveis para corrigir um processo que começou torto ainda sob a liderança da Direção anterior, mas esbarrou numa exigência de três milhões de euros realizada pelas pessoas que gerem a carreira do atleta, a quem terá sido prometido um encaixe de cinco milhões de euros por uma terceira entidade. Desde então, Varela faltou a exames escolares que levaram à reprovação de ano e paulatinamente foi quebrando todas as vias de comunicação, mesmo depois de os dragões as terem reativado através de amigos.
A primeira tentativa para inscrever Cardoso Varela no desconhecido Dinamo Odranski Obrez, recorde-se, foi bloqueada pela FIFA. O registo foi cancelado no sistema de transferências daquele organismo, conhecido por Transfer Matching System (TMS), no qual foi introduzida toda a documentação necessária para ser avaliada pelas federações portuguesa e croata, cabendo-lhes a decisão final sobre o assunto.
As denúncias efetuadas pelo FC Porto às autoridades, bem como a queixa apresentada na FIFA e junto das instituições que regulam o futebol nos dois países, foram fundamentais para esta travagem a fundo, uma vez que o extremo não tem a idade mínima (16 anos) exigida pelos regulamentos para uma transferência internacional de um atleta comunitário - a dos extra-comunitários aumenta para os 18 anos.