FC Porto com lucro de 34 M€ no primeiro semestre: "Vamos cumprir acordo com a UEFA"
A FC Porto SAD vai apresentar um resultado líquido de 34 milhões de euros e Fernando Gomes acredita que intervenção da UEFA encerra este verão.
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O FC Porto comunicou à CMVM um resultado líquido de 34 milhões de euros nas contas do primeiro semestre da época e a projeção já do cumprimento total do acordo com a UEFA, que permitirá à SAD sair da sombra do Fair-Play financeiro no próximo dia 30 de junho.
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Foi essa a convicção manifestada a O JOGO pelo administrador financeiro Fernando Gomes. "A correr tudo dentro da normalidade e apesar do impacto negativo da pandemia", ressalva, "o objetivo será cumprido."
Também há algumas anormalidades que fazem a SAD portista apreciar os números. O regresso aos resultados positivos foi conseguido apesar das severas restrições da pandemia, que mantém os estádios fechados desde março de 2020. Na última época completa (2018/19), só as bilheteiras renderam 9,6 milhões de euros, entretanto reduzidos a zero, depois de uma quebra de cerca de três milhões no último trimestre da temporada anterior. No total, com outras verbas relacionadas, a interdição de público no Estádio do Dragão custou ao FC Porto, neste semestre, qualquer coisa como 12 milhões de euros. "Ficámos sem a bilheteira, os lugares anuais, os camarotes, publicidade", detalha Fernando Gomes. "É uma fatia importante que se perde."
Um final de época normal será suficiente para que as contas do FC Porto deixem de estar sob vigilância da UEFA. Os números do primeiro semestre prenunciam esse desfecho, apesar da pandemia
A recuperação é explicada, naturalmente, pelas mais-valias realizadas nas transferências de jogadores (43 M€) e pelos prémios da Liga dos Campeões, que já ultrapassaram até o valor orçamentado em seis milhões de euros. Dos 65 milhões garantidos, apenas 55 estão contabilizados neste relatório. Os 9,5 milhões referentes ao apuramento da equipa para os oitavos de final são já receita a inscrever no próximo.
O regresso aos resultados positivos sobressai especialmente quando colocados estes 34 milhões ao lado dos quase 55 milhões negativos do período homólogo de 2020, muito marcado pelo fracasso na qualificação para a Liga dos Campeões. Relegado para a Liga Europa, o FC Porto recebeu então das provas da UEFA cerca de 10 milhões de euros, uma diferença de 70 M€ para a época anterior a essa e de 55 M€ para a atual, cuja participação está ainda em andamento. Outra boa notícia para os acionistas é o crescimento do ativo total para os 380 M€, mais 79 milhões do que registava o exercício final de 2019/20.
O resultado líquido do primeiro semestre da FC Porto SAD que constará do relatório a apresentar esta semana. No período homólogo, os dragões apresentaram quase 55 M€ negativos
Tudo isto, mais as receitas já projetadas até junho, contribui para que o administrador financeiro da SAD confie no fim do período de vigilância a que as contas do FC Porto estão sujeitas desde há quase três épocas. "Os números verificados neste semestre", afirma a O JOGO, "reforçam a nossa convicção de que estarão criadas até ao final da presente época todas as condições para atingir o inequívoco cumprimento do acordo com a UEFA nos termos do regulamento do "Fair Play" financeiro."