Adaptação do reforço tem-se desenrolado em campo, num caminho semelhante ao que Pepê e Luis Díaz percorreram. Extremo contratado ao Palmeiras ainda não foi titular, mas saltou do banco em todos os jogos
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Gabriel Veron foi oficializado como reforço do FC Porto a 22 de julho e, dois meses depois, ainda não se estreou no onze inicial.
Extremo contratado ao Palmeiras ainda não foi titular, mas saltou do banco em todos os jogos que o FC Porto já disputou esta época. Pepê, por exemplo, só entrou no onze ao 11.º desafio.
Porém, não lhe têm faltado oportunidades para mostrar serviço: o extremo foi lançado no decorrer dos 10 jogos que os dragões já realizaram (soma 185"), complementando o trabalho diário com o benefício de poder ambientar-se às ideias e automatismos da equipa em contexto de competição. Uma fórmula de adaptação já aplicada por Sérgio Conceição em anos anteriores, que resultou em dois casos de sucesso, também originários do futebol sul-americano: Pepê e Luis Díaz.
Conceição já o disse: por norma, os reforços provenientes da América do Sul, donos de um futebol mais "selvagem", são confrontados com um choque de realidade que os obriga a atravessar um processo de adaptação a novas ideias, até porque o técnico portista não iliba os atacantes de missões defensivas.
Começando por Pepê, o paralelismo com Veron é notório. Contratado ao Grémio, o camisola 11 aterrou na Invicta no verão de 2021 e foi suplente utilizado em nove das primeiras 10 partidas na época transata. Só ao 11.º encontro, frente ao Sintrense, na Taça de Portugal, é que se estreou como titular. A partir de janeiro, quando lhe coube a missão de fazer a vez de Díaz, não acusou a pressão, beneficiando do processo de integração gradual a que foi sujeito. Hoje em dia, Pepê é uma das peças-chave do campeão nacional, até pela elasticidade tática que oferece.
Gabriel Veron participou nos 10 jogos que o FC Porto já disputou esta época, mas não foi titular em nenhum. No total, contabiliza 185 minutos em campo de azul e branco
O caso de Luis Díaz teve contornos diferentes. O colombiano intercalou a titularidade com o papel de trunfo a partir do banco e só na terceira época (2021/22) "explodiu" verdadeiramente. De tal forma, que, no início deste ano, convenceu o Liverpool a abrir os cordões à bolsa pela sua contratação.
Com Veron, a ideia passa por obter um sucesso semelhante e, a julgar pelos exemplos anteriores, o futuro será risonho. A chance no onze até pode estar para breve, uma vez que, no fim de semana de 15 e 16 de outubro, o FC Porto entra em cena na Taça.
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Éder Militão e Uribe com entrada direta no onze
Se Pepê, Luis Díaz e, agora, Veron fizeram um caminho de encaixe gradual na equipa, outros jogadores provenientes do futebol sul-americano tiveram entrada quase direta no onze, também por força das necessidades : a partir do momento em que foram titulares, Militão - agora no Real Madrid - e Uribe não mais largaram o lugar. Marchesín também assumiu a baliza pouco depois de chegar, até ser destronado por Diogo Costa.
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