Castigo de Alan Varela abre caminho do onze ao central Nehuén Pérez ou a Tomás Pérez. Chaínho aposta no defesa e “sobe” Eustáquio para o miolo
Corpo do artigo
Pela primeira vez desde que assumiu o comando técnico do FC Porto, Martín Anselmi não poderá contar com Alan Varela. O médio viu, frente ao E. Amadora, o nono cartão amarelo na I Liga e terá de cumprir suspensão na receção ao Moreirense. Abre-se, assim, uma vaga no onze, que tem como principais candidatos dois compatriotas do argentino: Nehuén Pérez e Tomás Pérez. O regresso do defesa-central à titularidade é a possibilidade mais forte e deverá resultar na subida de Eustáquio para o setor intermediário, enquanto uma eventual aposta no reforço de inverno evitaria mexer no trio recuado.
Para tentar decifrar os planos de Anselmi para o embate com os cónegos, O JOGO falou com Chaínho, antigo médio do FC Porto, que não hesita na hora de optar. “Sem o Varela, faz mais sentido colocar um central, que pode ser o Nehuén, subindo o Eustáquio para o meio-campo. É jogador de circulação e pressão. Jogar entre centrais não o favorece, nem ajuda o FC Porto”, afirma o ex-futebolista. “Eustáquio não é o homem certo para o papel de líbero. O FC Porto ganha muito com o Eustáquio a jogar no meio-campo”, reforça.
Chaínho aponta a “agressividade” do internacional canadiano como a principal valência adquirida pelos azuis e brancos quando o camisola 6 joga mais subido. “Com o Eustáquio mais atrás, o meio-campo fica entregue a dois jogadores”, assinala. “Ter o Varela e o Fábio Vieira em situação de dois contra três, como acontece muitas vezes, é complicado. O Fábio não é jogador de combate, sente-se confortável numa posição mais fixa e, quando sobe, fica só o Varela a aguentar o setor. Não se pode pedir a um criativo que ande para trás e para a frente. Tem de haver alguém que domine a posição e é aí que o Eustáquio encaixa”, defende, reprovando o atual sistema dos dragões. “Nesta fase, parece-me que não favorece ninguém. Este FC Porto não tem jogadores para atuar em 3x4x3”, atira o antigo jogador.
Voltando a Nehuén Pérez, o estatuto e o histórico sob a orientação de Martín Anselmi favorecem o central, utilizado em 11 dos 15 jogos com o treinador argentino, 10 dos quais como titular. Apesar de ter perdido algum espaço nas últimas semanas, leva a dianteira sobre Tomás Pérez, que chegou ao FC Porto em janeiro e só integrou o onze dos dragões numa ocasião, diante do V. Guimarães, em fevereiro. Há, ainda, a possibilidade de tanto Nehuén como Tomás serem titulares, saindo Zé Pedro do onze, por exemplo, mas esse é um cenário muito menos provável.
“Tomás jogaria mais num 4x3x3”
Contratado em janeiro ao Newell’s Old Boys, Tomás Pérez participou, desde então, em quatro jogos do FC Porto, mas só num deles foi titular. Aos olhos de Chaínho, o jovem médio argentino beneficiaria de uma ideia tática diferente da atual. “O Tomás parece ter um perfil de médio mais posicional. Num sistema de 4x3x3, com um trinco puro, teria mais hipóteses de jogar. Nota-se que há ali qualidade, mas, quando o Nico saiu, era preciso alguém mais decisivo”, afirma o ex-jogador, curioso para “ver mais do miúdo”.