Favorito ou candidato, o lugar de Djaló, o que se diz de Mora e cada cêntimo de Navarro. Tudo o que disse Vítor Bruno
Acompanhe a conferência de imprensa de Nico González e Vítor Bruno, que fazem a antevisão do FC Porto-Hoffenheim, partida da Liga Europa
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O que disse Vítor Bruno
Hoffenheim sofre muitos golos:
“É o que procuramos em cada jogo: ir ao máximo em busca do equilíbrio entre os momentos defensivo e ofensivo. Sermos consistentes e robustos no ataque. O Hoffenheim é uma equipa muito vertical, por isso teremos de estar atentos e tentar tirar a bola a um adversário que não se sente confortável quando tem de correr atrás da bola. Precisamos de manter aquilo que temos vindo a construir e evitar o erro comum de olhar apenas para o plano estratégico e descurar a nossa própria identidade. Analisámos o Hoffenheim, mas não podemos desvirtuar o que é nosso. Temos de ser agressivos e manter um grande equilíbrio, que será a chave para o jogo de amanhã.”
Djaló titular?
"Na defesa e no meio-campo tivemos duplas novas... São jogos de realidades diferentes. Nada é comparável, cada jogo tem uma história diferente. O adversário de amanhã é muito diferente do Sintrense, e os paralelismos são poucos ou nenhuns. Não lançámos o jogo contra o Sintrense a pensar no Hoffenheim. Procuramos levar para o jogo o que é melhor e o que melhor se adapta ao adversário. Não olhando só para ele, mas também considerando as nossas próprias características.”
Favoritismo é do FC Porto?
“Não somos favoritos a nada, temos uma fé inabalável em cada momento e um grande desejo de vencer. Somos candidatos, não favoritos a nada. Não podemos nos deixar embriagar por quem é o adversário ou pela classificação atual da Bundesliga. É tudo relativo.”
Duas semanas sem competição e repercussões:
“Não conhecemos outra palavra-chave que não seja trabalho diário. Foi o que fizemos durante estes 15 dias, com base no Sintrense. Não preparámos o Sintrense a pensar no Hoffenheim. Podemos, numa fase, levar o jogo para outra ideia, mas não preparamos um jogo a pensar noutro. Nessas duas semanas focadas no Sintrense, vi muito pouco do Hoffenheim. Mas, assim que acabou o jogo em Sintra, foquei-me no Hoffenheim. Amanhã temos espaço para treino, mas foram 15 dias a preparar o Sintrense.”
Kramaric, estrela do Hoffenheim:
“Olhei para o Nico não porque tenhamos feito algo contra ele em específico, mas porque ele pode nem jogar... Já houve jogos da Liga Europa em que não começou. Tentamos ao máximo evitar que isso aconteça, mas sem focar apenas em anular determinado jogador. É diferente ter o Bülter na frente ou o Max, jogar o Stach no meio-campo ou o Grillitsch. E é diferente se o Kramaric jogar ou nem sequer estiver em campo. Ter o Hlozek a jogar por trás dos avançados... Não queremos fugir do nosso trabalho. Peço que não desviem nada do que é nosso, tentando tirar o máximo partido do que o adversário nos oferece.”
Impacto de chegar a este jogo com 6 golos sofridos:
"Não tem impacto. Sinceramente. O FC Porto tem um ponto, tem de adicionar três pontos ao que já temos. É atacar o jogo, e amanhã é o mais importante de todos. Não há jogos de vida ou de morte. Gosto que os jogadores desfrutem do jogo com entrega, sentido de responsabilidade e que representem os valores do FC Porto. Temos vários exemplos. O Nico pode jogar em várias posições, por exemplo. O que pedimos ao Nico quando está mais atrás é o mesmo que pedimos a qualquer outro que jogue nessa posição. Às vezes, é preciso domá-lo um bocadinho, porque agora tem fome de golo e é preciso controlá-lo um pouco. Peço compromisso total, bravura e um compromisso inegociável. Contra o Bodo, houve alguns comportamentos do Rodrigo Mora, e se compararmos com o que ele fez com o Arouca, vemos as diferenças. É muito fácil ouvir falar sobre o Mora e questionar porque é que ele não tem minutos... É preciso ter cuidado. O mesmo se aplica ao Fábio Vieira. Observem o comportamento dele na hora de recuperar frente ao Sintrense. O André Franco também. Isso tem significado. Ver jogadores darem as mãos e perceberem que não vão ser infalíveis. Podem errar e devem errar, mas o espaço para lidar com o erro é curto. Pode durar meio segundo, não mais. É preciso procurar resolver e, acima de tudo, resolver."
Diferença entre jogar Martim Fernandes ou João Mário:
“Não posso entregar tudo aqui hoje, se não começo a dar sinais do que pode acontecer amanhã. Depende muito do adversário e de quem joga na frente do lateral. Essa é uma condição importante da qual não nos podemos alhear. O Martim está a fazer o seu percurso e a ter o seu crescimento normal. Até o João Mário, numa recente entrevista, antevê um grande futuro ao Martim. Quando há colegas da própria posição a elogiar o colega, para mim é sinal de unidade que depois se transporta para o campo. Eles sentem a qualidade que está do outro lado e obriga-os a competir a alto nível para poderem dar resposta em jogo e serem opções regulares no onze. São tão importantes aqueles que começam de início como os que acrescentam a partir do banco. Às vezes o jogo pede que comece um para depois injetar outro que acrescente algo de novo, dependendo do adversário, da estratégia, de quem joga à nossa volta. O Martim, no último jogo, teve nuances que não tem levado tanto a jogo, porque sentimos que era o momento ideal para o fazer e testar num espaço diferente com bola do que aquele que habitualmente ocupa. O João é mais de vertical, de linha, de corredor. Também tem essa formação de raiz e recolhendo um pouco mais no campo não perde isso. Mesmo com pequenas adaptações que possamos fazer, ele não vai perder, porque é dele, é inato, cresceu com ele. Oferecem coisas diferentes: um joga melhor por dentro, o outro melhor por fora; um é mais acelerador, outro, se calhar, toma melhores decisões mesmo sob pressão; outro, se calhar, no último terço é mais decisivo na forma como assiste colegas; outro, se calhar, é mais robusto a defender. Eles complementam-se. Tentamos em treino fazer com que sintam as dificuldades que têm para tentar melhorá-las. Com o João temos de caminhar num sentido, com o Martim noutro. Há pontos de contacto no que são fragilidades e pontos fortes. Depois, é tentar levar a treino para que melhorem o rendimento com o trabalho diário. Isso é o que nos preocupa e que nos guia. Se joga o Martim ou o João, depois depende do adversário, da estratégia, de quem joga à volta deles. E tomamos decisões nesse sentido”.
Estabilidade defensiva. Martim e Djaló criaram dúvida?
“Criam-me dúvida, como cria dúvida o Fábio Vieira, ainda não estando em pleno. Como deu o Iván Jaime, como deu o Wendell e o Fran Navarro, que merece cada cêntimo do vencimento que aufere no FC Porto. Todos me fazem pensar; o que quero é que compitam para me tornarem a vida difícil. Se joga o Nehuén, o Djaló, o Zé Pedro, o Otávio... Depende de muita coisa do que queremos com a bola, da forma como se complementam. Dinâmicas há muitas. No fundo, queremos dar riqueza ao nosso jogo, dificultando ao máximo a missão do adversário, sem desvirtuarmos o que é nosso. O que nos preocupa e move é isso. Parabéns ao Nico pela masterclass que deu na comunicação e parabéns ao João Brandão e à equipa técnica pela primeira vitória da equipa B.”
O que disse Nico González
Boas indicações contra o United:
“Sem dúvida que somos uma das equipas mais fortes nesta competição. Independentemente do adversário, podemos competir e ganhar a qualquer equipa, ainda por cima a jogar em casa. Somos muito fortes e amanhã isso vai notar-se.”
Crescimento no último ano:
“Os primeiros seis meses talvez tenham sido os que mais aprendi na minha vida. Melhorei em todos os aspetos, a nível pessoal também. No fim, olha-se se jogas ou não, mas futebolisticamente melhorei muito e isso ajuda-me a estar como estou agora. O ano passado foi muito positivo. No início não participei tanto como no final, mas estou satisfeito com o que fiz e isso ajudou-me a estar como estou agora.”
Objetivo Liga Europa:
“O que mais falamos é em ganhar amanhã. Sonhamos e imaginamos a vencer a Liga Europa. No último jogo defrontámos o United, um dos favoritos, e vimos o nível que temos e que podemos dar. Acredito que podemos levantar o troféu no final da época.”
Jogo decisivo:
“Ainda faltam cinco jogos na fase de grupos. Decisivos são todos, como eram os primeiros. Decisivo, sim, mas não definitivo.”
Defrontar equipas alemãs:
“As vezes que joguei contra equipas alemãs, são sempre valentes, têm um certo ponto de arrogância, são muito físicas. E isso vai complicar-nos o jogo, porque são equipas poderosas. Vêm jogar cara a cara contra nós. Temos de enfrentar o jogo com muita intensidade e agressividade. Isso vai dar-nos os três pontos.”
Samu:
“Não o conhecia tanto, apenas coincidimos numa convocatória nos sub-21, mas é um jogador muito potente. Todos já viram o que é. Um jogador potente, com muito golo, que nos está a dar muito, tem margem para melhorar, porque tem só 20 anos. Com o que tem, trabalhando muito, pode melhorar.”
Melhor fase da carreira e o que falta melhorar:
“Falta melhorar tudo. Há sempre margem para melhorar. Creio que estou no melhor momento da carreira, no que sinto mais confortável, com mais confiança. Estou a começar a marcar mais golos, a chegar à área e tenho de melhorar nisso, por exemplo.”