Desde que Domingos se intrometeu na luta pelo título que o Braga só venceu cinco dos 47 jogos realizados frente aos três grandes. E a grande diferença para eles está mesmo aqui...
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Afinal, o que separa o Braga da luta pelo título? Em termos práticos, faltam vitórias, ainda que sejam vitórias em momentos específicos. Isto porque, nos últimos anos, vencer um dos três grandes tem sido coisa rara, mesmo quando a equipa, como é o caso da atual, consegue apresentar qualidade individual e coletiva. Desde que Domingos Paciência se conseguiu intrometer na luta pelo título, em 2009/10, que o Braga só venceu cinco (!) dos 47 jogos que disputou frente a Benfica, Sporting ou FC Porto para o campeonato. Sintomático.
Este ano, a história repetiu-se: cinco confrontos, quatro derrotas e apenas um empate, o de Alvalade - que ajudam a explicar a desvantagem para os três clubes da frente. Abel Ferreira devolveu a competitividade à equipa, mas continua sem conseguir oferecer-lhe o salto qualitativo que permita ganhar os duelos diretos com aqueles a quem pretende roubar o lugar.
Neste momento, o Braga vive na solidão do quarto lugar, com 10 pontos de vantagem sobre o quinto (Rio Ave), mas com uma desvantagem de sete para o terceiro classificado (Sporting). Os minhotos até cumpriram, durante as últimas semanas, com as equipas teoricamente inferiores (triunfos consecutivos com o Belenenses, Boavista, Rio Ave, Portimonense e Aves), mas voltaram a falhar o ataque definitivo ao pódio nos momentos das grandes decisões, com as derrotas frente ao Benfica e FC Porto. Essa é, de resto, a maior diferença para a época em que Domingos Paciência colocou a equipa a lutar até ao final pelo título, ao vencer quatro dos seis jogos que fez com os grandes.
Abel Ferreira chegou mesmo admitir, no final da recente derrota com o Benfica, que o "maior adversário" era interno, referindo-se ao aspeto mental, e é sobretudo esse grande passo que ainda falta dar para que a intromissão na luta pelo título seja mais do que uma questão retórica. Para quando, fica a dúvida.