Carlos Carvalhal, treinador do Braga, na antevisão ao jogo deste sábado (17h30), contra o 1.º de Dezembro, para a terceira eliminatória da Taça de Portugal
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Peso das derrotas com o Olympiacos e FC Porto: “Depois do primeiro [Olympiacos], que teve um peso grande, houve uma reação muito positiva no Dragão. Essa reação positiva levou a que a equipa tivesse feito duas semanas de trabalho boas, deu para falar sobre o que aconteceu contra o Olympiacos. Deu para reforçar que não se pode subestimar o adversário, bem pelo contrário, temos que respeitá-lo e valorizá-lo. Temos um bom exemplo em Inglaterra que contra este tipo de adversários não se facilitava absolutamente nada, até porque as surpresas acontecem quando as equipas estão desprevenidas. Não vamos estar desprevenidos, nem com falta de atitude, vamos a jogo com toda a ambição para passar à próxima eliminatória.”
Mudança de ciclo no Braga: “Estamos numa mudança de ciclo, com muitos jovens que entraram na equipa. São dores de crescimento. Vamos fazer uma análise mais fria sobre isto: a equipa veio de um jogo muito bom com o Rio Ave, tem depois um jogo a meio da semana, contra o Olympiacos, e faz um jogo muito fraco, depois volta a fazer um grande jogo no Dragão, fundamentalmente a partir dos 30 minutos da primeira parte tomámos conta do jogo até o final, ou seja, numa semana temos três jogos e dois são muito bons. Como treinador, não posso olhar só para o resultado, tenho de olhar para a prestação. São dores de crescimento, se calhar algumas situações de índole pessoal que tem que ser trabalhadas, num ou noutro jogador, se calhar alguma imaturidade. É uma equipa que tem muitos jovens, que vieram de outros campeonatos, mas a equipa vai crescer. Aliás, a equipa tem crescido e vai evoluir de certeza absoluta. Para estar no ponto de rebuçado tenho de ter jogos para aferir nos próximos dois ou três jogos. Temos aqui dois jogos que foram realmente maus, um no campeonato, e esses três pontos levariam o Braga a uma classificação boa e estar até à frente de uma equipa que luta pelo título [Benfica], que tem um jogo a menos. O jogo na Liga Europa foi realmente muito mau, temos que assumir e ponto final. Temos jogadores para evoluir, jogadores da formação a bater à porta para jogar, e que amanhã vão estar presentes, pelo menos um ou dois, a juntar aos muitos jovens que cá temos e vamos prosseguir o nosso trabalho. Não é um trabalho fácil, porque fácil é apanhar um Braga em fim de linha. Isso significa ter uma equipa está madura, outra coisa é pegar numa equipa que começa um novo ciclo. Uma coisa é ter jogadores jogadores que fizeram 40 golos, outra é ter jogadores vieram da segunda ou da terceira Liga espanhola e da II Divisão francesa. A expectativa e a exigência do Braga são sempre as mesmas. O que sobra aqui? Sobra a dificuldade, nomeadamente para o treinador e para a equipa técnica. Estamos aqui para dar a cara, para tentar melhorar a equipa, torná-la competitiva. Acreditamos piamente que esta equipa, com a qualidade que tem, vai melhorar, não sei até onde é que ela pode ir. Não vou estar aqui a fazer falsas promessas, mas aquilo que posso dizer é que é uma equipa que tem competência e que está a melhorar para chegar o mais longe possível e conseguir fazer coisas boas.”
André Horta na bancada no Dragão: “Se tivesse sido excluído não teria sido convocado, se foi convocado e ficou de fora, se calhar é para fazer alguma reflexão que às vezes são necessárias. A nossa confiança continua a ser a mesma, mas às vezes é necessário fazermos uma reflexão. Se calhar, batermos no fundo até para depois aparecermos mais fortes, é essa a expectativa que temos para o André no futuro. Teve um dia mau [contra o Olympiacos], não estava a ter semanas boas. Já falei com ele, não está castigado ao ponto de estar fora da equipa porque senão não teria sido convocado, isto até foi em termos simbólicos porque eu sabia que ele ia ficar de fora. Disse que tem de refletir e tem de fazer pela vida. O que eu espero é que quando voltar a ter uma oportunidade venha um André renovado e aquele André que conhecemos, se não for assim dificilmente tem hipótese de jogar ou eventualmente ser convocado.”