ENTREVISTA - A média de minutos jogados pelos Wolves já superou a que tinha no FC Porto, mas Fábio Silva diz "respeitar as decisões de quem está à frente".
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Fábio Silva leva menos dois jogos a meio desta temporada do que na anterior (14), mas viu os minutos aumentarem. Se em 2019/20 a média era de 29', agora é de 51'. Apenas na equipa principal, claro. Mesmo assim, voltaria ao Olival para agradecer a todos.
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Fez 21 jogos em 2019/20. Esteva dentro dos seus planos ou sente que lhe faltaram oportunidades?
-Não... Houve ali um momento em que tive uma sequência de jogos, com o Famalicão, em que marquei, com o Boavista a titular, e com o V. Setúbal, na Taça, em que também fiz golo. Depois, não sei... O que me orgulha é que ninguém me pode apontar seja o que for pelo que trabalho todos os dias no treino e fora dele. Sou dos que se entregam sempre e que gostam de aprender com toda a gente para melhorar. Acho que até quando terminar a carreira continuarei a aprender. Podem apontar-me o que entenderem, mas nada sobre trabalho. Agora, se existiram outras coisas que levaram a algumas decisões, não sei. São decisões que tenho de respeitar. Mas a meio da época já tenho mais minutos no Wolverhampton do que no FC Porto. Um jogador gosta de jogar e, claro, sinto que num ou noutro momento sim [faltaram oportunidades], mas respeito sempre as decisões de quem está à frente e quem manda.
Das oportunidades que teve, qual é a que recorda mais?
- O golo com o Famalicão. Às vezes ainda vejo o vídeo 20 vezes no telefone, porque era algo com que sonhava desde miúdo. Por vezes estava no estádio e imaginava-me a marcar e o speaker a dizer "Fábio" e os adeptos todos no estádio responderem "Silva". O grito do speaker, a reação do público e a claque cantar o meu nome até acabou por abafar um pouco o golo. Depois de o fazer, quase não me conseguia mexer e ainda faltavam cinco minutos. Só tinha aquilo na cabeça e imaginava a loucura dos adeptos. Gostava de ter vivido esse momento mais vezes.
Atacante garante que sempre deu tudo e lamenta falta de oportunidades no Dragão
"SUPERTAÇA DARÁ MAIS CONFIANÇA"
Satisfeito pelo facto de o FC Porto ter ganho o primeiro troféu da temporada (Supertaça), Fábio Silva foi desafiado a escolher o MVP do encontro com o Benfica, mas optou por destacar três.
A Supertaça colocou FC Porto e Benfica pela primeira vez frente a frente esta época. Que lhe pareceu o jogo?
-O jogo podia dar para os dois lados, tendo em conta o valor dos dois planteis, e acabou por ser bem disputado. Caiu para o lado do FC Porto e, por isso, fiquei muito contente.
Foi a cereja no topo do bolo depois do campeonato e da Taça de Portugal?
-Sim. Mas acho que seria importante para qualquer das equipas, porque era o primeiro título da temporada e isso dará mais confiança para encarar o resto dos jogos.
Dá um ascendente ao FC Porto?
-Não digo que o torne mais favorito. Agora, é sempre bom para uma equipa ganhar um título e acredito que a equipa técnica e os jogadores estão mais confiantes.
Se fosse jornalista, quem escolheria como MVP?
-Difícil escolher. Estaria entre o Pepe, o Marchesín, que fez aquela defesa a remate do Grimaldo logo a seguir ao primeiro golo, e o Otávio.
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"TAREMI É UM JOGADOR QUE FAZ A DIFERENÇA"
Os poucos dias em que partilharam o balneário do FC Porto na pré-época não permitiram a Fábio Silva formar "uma opinião aprofundada sobre Taremi". "Só fizemos um treino e um jogo-treino e essas nem sempre são as melhores situações para se ver", justifica o avançado. No entanto, cola-lhe um selo de qualidade pelo que tem visto através da televisão. "É um jogador que faz a diferença, tanto quando entra a partir do banco de suplentes, como quando é titular", nota o jovem de 19 anos.