Fábio Cardoso tinha a chave da defesa e chega ao clássico num pico de motivação

Fábio Cardoso vai chegar ao terceiro clássico com o Benfica, o clube onde se formou (e do qual saiu sem jogar pela equipa principal) no pico de forma.

Após iniciar a época no quarto patamar da hierarquia de centrais do FC Porto, foi subindo degraus e, quando Pepe se lesionou, já este mês, foi o escolhido para fazer dupla com David Carmo.

Desde então, os dragões venceram os três jogos disputados e mantiveram a baliza inviolada, com exibições seguras e personalizadas do camisola 2, que até se estreou a marcar de azul e branco anteontem, frente ao Anadia.

Aos 28 anos, Cardoso é o exemplo perfeito de que a paciência, quando aliada ao trabalho, compensa. O JOGO sabe que o defesa encarou a saída de Mbemba como uma oportunidade de ouro para ganhar espaço, mas não vacilou na dedicação quando viu Marcano e Carmo ganharem-lhe a dianteira. Sérgio Conceição, aliás, nunca se coibiu de elogiar publicamente o central português. "Tem tido uma evolução fantástica desde que chegou ao FC Porto", reconheceu o treinador, após o recente triunfo (0-3) em Leverkusen, um jogo em que Fábio até evitou um golo com um corte providencial.

De resto, o papel de sombra de Pepe é familiar a Fábio Cardoso desde a temporada transata - somou 21 jogos -, mas o facto de ainda não ter sido titular ao lado do capitão é algo que frustra o ex-Santa Clara: em 2021/22, só atuaram juntos durante escassos minutos no Sporting-FC Porto da Taça e na visita a Guimarães. Um sonho que Fábio pretende cumprir assim que o luso-brasileiro, uma das suas referências, voltar. A julgar pelo rendimento atual, a probabilidade é alta. Até lá, cabe a Cardoso assumir-se como patrão...

A um jogo da melhor série
Coincidência ou não, a solidificação de Fábio Cardoso como titular tem batido com a melhor sequência defensiva do FC Porto na presente época. Os campeões nacionais estão há quatro jogos consecutivos sem encaixar qualquer golo em todas as competições - Bayer Leverkusen (duas vezes), Portimonense e Anadia - e, caso consigam manter, novamente, a baliza a zeros na sexta-feira, no clássico com o rival Benfica, vão igualar a melhor série da "era Conceição": cinco jogos sem sofrer.

Um registo que os dragões lograram alcançar em apenas três ocasiões ao longo das últimas cinco temporadas, sempre com o atual treinador ao leme e em épocas que terminaram com a conquista do título de campeão. Curiosamente, a primeira vez coincidiu com os cinco primeiros jogos de Sérgio no banco, logo no arranque de 2017/18. A segunda foi em 2019/20, em período de pandemia, entre os dias 6 de junho e 5 de julho. A última data da pretérita temporada, entre março e abril. Desde então e até anteontem, os dragões não mais tinham conseguido quatro "folhas limpas" consecutivas.