Fábio Cardoso, a exigência de Conceição e a época do FC Porto: "Dava um oito..."
ENTREVISTA, PARTE I - Defesa do FC Porto falou em exclusivo a O JOGO, terminada a primeira temporada no Dragão. A exigência máxima permitiu ao jogador melhorar em vários aspetos táticos e físicos.
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Na época de estreia pelo FC Porto, seria difícil pedir melhor do que a conquista do campeonato e da Taça de Portugal. Fábio Cardoso ficou de sorriso cheio mas sim, queria mais, como ser campeão invicto e ir mais longe na UEFA, embalado pela exigência do dragão que, conta, até o tornou mais rápido.
A dobradinha fez de 2021/22 uma época de "sonho", mas ficaram coisas por fazer, cá dentro e lá fora
Que balanço faz da época?
-É um ano e uma estreia de sonho. A equipa e eu merecemos. Trabalhámos muito bem desde o início, sempre muito focados e unidos, demonstrámos isso sempre que entrámos em campo. Fico muito feliz por estes dois títulos.
Que nota daria de 0 a 10?
-Não dava 10, dava um 8, porque somos muito exigentes e ambiciosos. Claro que estamos felizes, é uma época muito boa, mas a verdade é que queríamos ser campeões invictos, queríamos ganhar a Taça da Liga, queríamos ir mais longe na Liga dos Campeões e, consecutivamente, queríamos ter ganho a Liga Europa, porque quem representa o FC Porto tem de querer ganhar sempre. Esse espírito está muito intrínseco nesta equipa.
Fica um amargo de boca pela UEFA?
-Claro que sim, agora é aprender com os erros. Temos as férias para descansar para voltarmos ao trabalho da melhor forma, para na próxima época dar continuidade a este trabalho e entrar em todos os jogos para ganhar.
Demorou um pouco a entrar na equipa, mas quando o fez fê-lo de forma positiva. Foi a confiança que lhe transmitiram?
-Todos treinamos para jogar, claro que depois as escolhas é o treinador que as faz, mas trabalhei sempre da mesma forma, quer quando joguei, quer quando não joguei para que, se tivesse oportunidades - e tive - as pudesse aproveitar da melhor forma e ser mais um para ajudar.
Que diferenças há entre o Fábio Cardoso que começou a época e o atual?
-Muitas, muitas. Não pelos títulos, mas pelo trabalho. Evoluí muito, graças ao treinador, ao staff, às condições de trabalho que temos e aos meus companheiros. Há muita qualidade e dedicação. Quando se treina assim no máximo é bom para todos. Penso que até mais rápido estou com o trabalho extra. Taticamente sempre fui um jogador inteligente, mas até isso aprimorei. Trabalhei as qualidades que já tinha e aquelas nas quais não era tão bom. No geral, como jogador evoluí em todos os aspetos do jogo e sou melhor jogador do que era quando cheguei.
A famosa exigência de Sérgio Conceição é mesmo como dizem?
-É. Gosta muito de ganhar e de trabalhar, de pessoas que deem tudo. E quando damos tudo, independentemente de correr melhor ou pior, ele nunca nos aponta nada. Vira muito bem a página. Sérgio Conceição ganha um jogo e, mal chega ao balneário, passado uma hora, já está a pensar no próximo. Gosta muito de ganhar e toda a equipa partilha um pouco desse espírito que ele incutiu e estou a gostar muito de trabalhar com ele. Quando corre mal, faz um trabalho incrível ao analisar o que não fizemos tão bem, vai ao pormenor com cada jogador.
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