Lúcio Correia, professor de Direito do Desporto, tem a convicção de que o jogador do Benfica jogará a Supertaça frente ao FC Porto
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David Neres foi castigado pelo Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol com um jogo de suspensão, que o levará falhar o desafio da Supertaça Cândido de Oliveira, agendada para o dia 8 de agosto, em Aveiro, tendo sido ainda alvo de uma multa de 510 euros.
No entanto, o jogador recorreu para o Tribunal Arbitral do Desporto (TAD), tendo o Benfica interposto uma providência cautelar para suspender o castigo de um jogo aplicado ao futebolista, de forma a poder contar com o jogador na Supertaça, frente ao FC Porto.
Lúcio Correia, professor de Direito do Desporto, tem a convicção de que o jogador do Benfica irá mesmo a jogo. "Tendo em conta o histórico de todo o funcionamento da justiça desportiva, e em articulação com o TAD, até me atrevo a dizer que existe uma alta probabilidade de David Neres estar nesse jogo da Supertaça. Os procedimentos que irão ser tomados pela Benfica SAD nesta questão já foram tomados noutras instâncias e noutros processos. O desfecho foi sempre o mesmo, portanto, é com alguma estranheza que veria outro desfecho, senão a suspensão da suspensão do jogador e a permissão de ele poder ser utilizado", começou por dizer em declarações ao programa "Bola Branca", da Rádio Renascença.
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"O Tribunal Arbitral do Desporto foi sempre de grande condescendência e de aceitação deste tipo de providências cautelares. A nossa justiça desportiva normalmente costuma suspender a suspensão e depois até ao prazo final de um ano, que é o prazo final para poder decidir se aquele castigo tomado pelo Conselho de Disciplina foi, ou não, correto", acrescentou.
O professor de Direito do Desporto considerou ainda que existe a necessidade de rever o tempo de juízo destes casos.
"Esta decisão do TAD também pode ser alvo de recurso para o Tribunal Central Administrativo Sul e, em último caso, até para o Supremo Tribunal Administrativo. Mas a questão é que este prazo de um ano é a meu ver, demasiado extenso. Com os recursos, normalmente, até costuma elevar ainda mais até termos uma decisão transitada em julgado. Este castigo, mesmo que o atleta não esteja em Portugal, ainda poderá vir a ser cumprido. A questão é que se uma justiça tardia é efetivamente uma justiça eficaz, o que não me parece. Há que rever aqui o edifício da justiça desportiva, porque, sob pena de ninguém acreditar no que se passa nestes castigos", explicou.
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