Excesso de defesas-centrais em avaliação no Benfica: janeiro pode trazer ajustes

O resto da temporada de 2022/23 trará vários desafios a Roger Schmidt, tal como a manutenção do rendimento elevado que o Benfica tem tido até agora mas, entre eles, haverá um em particular que certamente vai dar dores de cabeça ao treinador alemão: o elevado número de defesas centrais que tem no plantel atual.

Ao todo são seis as opções do treinador que, até ao Campeonato no Mundo arrancar, teve em Otamendi e António Silva os pilares habituais do eixo. A partida de ambos para o Catar, onde irão ajudar Argentina e Portugal, respetivamente, nas suas caminhadas em busca da maior glória futebolística em seleções, abriu espaço a John Brooks e a João Victor no embate com o Estrela da Amadora, para Taça da Liga. Mas ainda há Lucas Veríssimo e Morato nas opções de Schmidt, um rol que na reabertura do mercado em janeiro forçará a SAD encarnada a uma reavaliação.

O sexteto que luta por duas vagas no onze titular das águias encontra-se, pela primeira vez esta época, todo ao dispor do técnico, algo que deixa Schmidt, ele que já assumiu não gostar de mexer nos centrais, numa situação de gestão complicada. Para já porque quatro dos centrais das águias - Otamendi, Brooks, Lucas Veríssimo e, agora, António Silva - são internacionais, o que "obriga" a um cuidado extra devido a esse estatuto. A lesão de Lucas Veríssimo, que tirou o brasileiro dos campos quase um ano, abriu espaço para Morato que, no entanto, também devido a problemas físicos na fase inicial da temporada, forçou a uma ida tardia ao mercado para assegurar o norte-americano John Brooks. Antes, já havia sido contratado João Victor por significativos 9,5 milhões de euros, o que lhe perspetivaria maior utilização até ao momento caso não tivesse chegado a Portugal com uma lesão que o foi afastando das soluções. Em toda esta equação houve, ainda, um verdadeiro "joker" que complicou ainda mais, pela positiva, a vida a Roger Schmidt: a "explosão" de António Silva, que convenceu primeiro o técnico germânico e, depois, o selecionador Fernando Santos, facto que roubou potencial espaço aos colegas.

A vítima inicial foi Vertonghen, que teve de sair para o Anderlecht mas também, no presente momento, Brooks, Morato, João Victor e Lucas Veríssimo se veem sem uma nesga para entrarem no onze encarnado. No caso de Morato, há também o acréscimo de terem sido recusadas ofertas acima dos 15 M€: não jogando, agora que está de novo apto, o canarinho entra em desvalorização, o mesmo se passando com Veríssimo, ele que tem o regresso à seleção do Brasil no horizonte.

Parte do problema de excesso de centrais pode ficar resolvido no fim da época dado que Otamendi e Brooks terminam contrato, podendo este último deixar a Luz em janeiro sem qualquer entrada da SAD. Aí, ficam quatro defesas mas permanece uma incógnita sobre Lucas Veríssimo, cuja situação vai ser avaliada cuidadosamente nas próximas semanas para evitar recaídas. Mas, mesmo no curto prazo de janeiro, é previsível que se abra a porta a uma ou duas saídas no que a centrais diz respeito, de forma a manter os níveis de satisfação no grupo e a não desvalorização de atletas. Se em definitivo, se por empréstimo é o que estará em cima da mesa.

Gil Dias e Almeida sem espaço

Além da batalha central por minutos em campo, também nas alas das águias há quem sofra por falta de tempo de competição. O caso mais evidente, até porque é um dos capitães, é André Almeida. O experiente jogador, de 32 anos, ainda não se estreou com Roger Schmidt, tendo sido apenas suplente não utilizado em quatro ocasiões, a última delas em Leiria frente ao Estrela da Amadora. Também Gil Dias tem ficado de fora ao longo da temporada, ele que só foi agora lançado em jogo ante os tricolores, alinhando 11 minutos.