Ex-presidente do Grupo Stromp critica pouco mediatismo do julgamento de César Boaventura
O ex-jogador do Rio Ave, Lionn, confirmou em tribunal que foi aliciado por César Boaventura para facilitar contra o Benfica. Esta revelação ocorre no contexto de um processo no qual outros dois jogadores do Rio Ave, Cássio e Marcelo, também acusaram Boaventura
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Tito Arantes Fontes, ex-presidente do Grupo Stromp, criticou o que considera ser um pouco mediático julgamento do caso César Boaventura, de aliciamento de jogadores por parte do empresário que tinha ligações a Luís Filipe Vieira.
“O jogador Lionn, na época 2015/2016, confirmou no seu depoimento em tribunal que tinha sido aliciado por esse senhor para perder o jogo com o Benfica. É - segundo creio - o terceiro jogador a confirmar esta deplorável factualidade”, lamentou Arantes Fontes ao jornal Sporting.
O ex-jogador do Rio Ave, Lionn, confirmou em tribunal que foi aliciado por César Boaventura para facilitar contra o Benfica. Esta revelação ocorre no contexto de um processo no qual outros dois jogadores do Rio Ave, Cássio e Marcelo, também acusaram Boaventura de propostas para favorecer o Benfica no jogo disputado em abril de 2016.
De acordo com Lionn, Boaventura propôs pagar 80 mil euros em notas de 500 para que o jogador cometesse um pénalti e fosse expulso durante o jogo. O ex-jogador afirmou ainda que Boaventura sugeriu ainda uma transferência para a Espanha e aumentou a oferta para 100 mil euros, após a recusa inicial de Lionn.
"Ele pediu para deixar o telemóvel no banco do passageiro do carro dele [e conversar fora do carro]. Disse que a proposta era depara fazer penálti e ser expulso durante o jogo", disse o jogador em tribunal, refere o jornal Público.
Recorde-se que César Boaventura é acusado pelo Ministério Público de três crimes de corrupção ativa e um crime de corrupção ativa na forma tentada, por alegadamente ter pedido aos três, então no Rio Ave e Salin (guarda-redes do Marítimo) para influenciarem os resultados das jogos frente a Benfica, a 24 de abril de 2016 e 8 de maio de 2016, respetivamente.
Antes, na primeira sessão do julgamento, Cássio e Marcelo testemunharam, confirmando as investidas do empresário para facilitarem nos jogos contra o Benfica. Cássio relatou uma oferta de 60 mil euros, recusada por ele, mas com a ameaça de que Marcelo e Lionn aceitariam.
Marcelo, agora no Moreirense, mudou sua versão, afirmando que a proposta era uma brincadeira. Os depoimentos de Lionn e Salin estão previstos para sessões futuras.
O Ministério Público não acusa diretamente o Benfica, alegando falta de prova de envolvimento direto do empresário com dirigentes do clube. Boaventura enfrenta acusações em outro processo, a "Operação Malapata", onde é acusado de dez crimes.