Ex-gestores da SAD leonina insurgem-se contra a divulgação de "informações confidenciais" por parte de Frederico Varandas e pedem a intervenção da CMVM.
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Frederico Varandas, presidente do Sporting eleito em setembro passado, promoveu na passada sexta-feira uma conferência em que fez o balanço dos primeiros seis meses de mandato, ao lado de Francisco Salgado Zenha, da área financeira, João Sampaio, da área jurídica, e Miguel Cal, administrador da SAD com o pelouro estratégico, de marketing e operacional, e não poupou críticas à gestão feita pelo elenco anterior, presidido por Bruno de Carvalho.
Entre outras acusações, foi apontado o recurso a empresas-fantasma para desvio de fundos no valor de dois milhões de euros, entre três casos denunciados.
Ao que O JOGO apurou, alguns dos anteriores administradores da SAD, nomeadamente Carlos Vieira e Rui Caeiro, têm pronta a reação: será enviada à presidente do Conselho de Administração da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) uma reclamação, a título pessoal.
Um dos casos descriminados prendia-se com a sociedade de advogados MGRA, onde trabalhavam o ex-vogal Alexandre Godinho e o ex-sogro de Bruno de Carvalho. "O Sporting pagou 1,7 M€ em três anos, mais 50% que a todas as outras em 16 anos", apontou o presidente leonino. Numa das reclamações a que O JOGO teve acesso, é alegada a posse de documentação a comprovar que os encargos com a sociedade de advogados foram de 596 mil euros, sem IVA, catalogando a informação tornada pública pelo líder leonina como "ilegítima, ilegal, incompleta, falsa e tendenciosa". É alegado ainda que "foram prestadas informações confidenciais" sem a chancela da CMVM, "feitas afirmações que desvalorizam os ativos da sociedade" e "afirmações falsas" sobre "ganhos individuais" dos anteriores gestores, que pedem para não comprometer o Sporting, mas antes um "reparo público" e a intervenção do organismo.