Evanilson mudou para ser de elite: "Não me lembro de uma meta que não tenha atingido"
Gustavo Leal conheceu o atacante ainda como extremo, mudou-o para o eixo e, a O JOGO, detalha a metamorfose.
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Evanilson está a viver a época de explosão no FC Porto. O avançado tem agarrado as oportunidades concedidas por Sérgio Conceição e vai correspondendo com golos - 18 até ao momento - à confiança do treinador.
Na presente temporada, só Taremi faturou tanto como o brasileiro, que vai colhendo os frutos de um processo de transformação iniciado quando tinha apenas 18 anos, altura em que foi desviado da ala para o eixo do ataque.
"Quando conheci o Evanilson, era um extremo que tinha facilidade em fazer golos. Sabíamos que seria um ala de bom nível, mas que era como 9 que poderia tornar-se de elite e fazer a diferença, até em dupla com outro avançado, como faz agora no FC Porto", conta, a O JOGO, Gustavo Leal, que treinou o dianteiro na formação do Fluminense e no Samorin, clube eslovaco que tinha um protocolo com os cariocas.
O técnico explicou os contornos da mudança. "Ele destacava-se pelas qualidades físicas e pelo faro goleador, mas ainda tinha de aperfeiçoar o cabeceamento e o remate de pé esquerdo. Na Eslováquia, começámos a abordar a mudança de posição e, quando voltámos ao Fluminense, para os Sub-20, a mudança efetivou-se. Foi o melhor marcador da equipa nesse ano [28 golos], o que confirmou o sucesso da transformação", prosseguiu.
Cerca de quatro anos depois, "Eva" é dono de um lugar no ataque do FC Porto e está a dois tentos de alcançar a meta que ele próprio traçou no início da temporada. Porém, como o nosso jornal deu conta em tempo oportuno, o camisola 30 já foi desafiado a atingir a barreira dos 25 golos, algo que, aos olhos de Gustavo Leal, está perfeitamente ao alcance do ex-pupilo. "Vai ultrapassar. Essa questão das metas foi algo que sempre trabalhámos com ele. Golos, minutos era isso que lhe propúnhamos, mediante o momento da equipa. Não me lembro, aliás, de uma meta que o Evanilson não tenha atingido. Cumpriu sempre e assim continuará, porque é algo que o motiva muito", vinca o agora adjunto de André Jardine, antigo selecionador olímpico do Brasil, nos mexicanos do Atlético San Luis.
No final da conversa com O JOGO, Gustavo Leal deixou bem patente o carinho que nutre por um "garoto impecável, trabalhador e determinado", que, ainda muito jovem, trocou o Nordeste brasileiro pelo Rio de Janeiro. "Quero aproveitar para dizer que continuo a torcer por ele. Merece tudo o que tem alcançado pelo jogador, pai de família e ser humano que é. Ele sabe que estarei sempre aqui a puxar", rematou.