Armando Evangelista, novo treinador do Famalicão, fez a antevisão ao jogo em casa do Gil Vicente, agendado para as 15h30 de sexta-feira e relativo à 27.ª jornada da I Liga
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Como preparou este jogo com as condicionantes inerentes à ausênia de jogadores, nas seleções? "É óbvio que para consolidar processos num curto espaço de tempo com jogadores nas seleções e que tiveram uma utilização significativa são condicionantes que não queríamos ter, mas a verdade é que temos de arranjar soluções. O que pretendemos é melhorar, construir uma equipa consistente, com capacidade de reação à perda e que tenha a ambição de ganhar todos os jogos. É disso que estamos à procura, pois queremos acompanhar o crescimento que o Famalicão tem tido."
Experiência no Brasil: "Temos de olhar para todas as experiências como fator de crescimento, quer sejam positivas que negativas, pois só assim podemos evoluir. E o Goiás foi mais um passo nesse sentido, dado que tinha a convicção que na minha carreira precisava de sair, de experimentar e de conhecer novas mentalidades e formas de trabalhar. Não quero dizer que sejam melhores ou piores, são diferentes. No fundo, são aprendizagens."
O que lhe pediu a Administração da SAD? "Que a equipa acompanhe o crescimento do clube. Que proporcione bons espetáculos e tenha a ambição, pois sabemos que face a este crescimento o Famalicão é hoje um alvo a abater. Acredito que os adversários olhem para nós e pensem que ‘se ganharmos ao Famalicão isso vai-nos valorizar’, pois este clube começa a ser olhado da mesma forma que um grande. E a verdade é que quando olhamos para o Famalicão verificamos que tem crescido a olhos vistos. Tem uma massa adepta apaixonante e exigente, mas, acredito, sempre do lado do clube, que quer resultados mas também gosta de ver bons jogos."
Equipa tem sido inconstante, como pode mudar? "Acho que a massa humana neste clube tem a mente aberta, recetiva a novos métodos, que como é óbvio vão ser implementados, o que não dizer que seja neste jogo, pois como uma semana de trabalho vamos ter de aproveitar muito daquilo que foi feito, e foi bem feito, não há que esconder. Mas acrescentar ideias novas, pois as pessoas não pensam todas da mesma forma, assim como métodos novos e exigências novas, fazer com um grupo tão jovem seja capaz de crescer com o clube. Que tenha capacidade de olhar para um jogo sem medo de perder, pois quando não se tem medo de perder está-se mais perto de ganhar. No fundo trata-se de uma restruturação mental para depois obtermos rendimento e termos resultados."
Como vê o jogo com o Gil Vicente? "São duas equipas que se têm equilibrado e estão lado a lado na classificação, com um Gil Vicente muito forte em casa e tem conquistado muitos pontos, mas olhando mais para nós, para aquilo que queremos fazer, acho que podemos surpreender. Podemos fazer um bom jogo, ambicioso e de querer, pois do outro lado vai estar uma equipa com as mesmas caraterísticas, a olhar para o Famalicão como uma equipa forte nesta liga, o que por si só motiva os seus jogadores. Mas temos de estar preparados para isso."
Quando chegou disse que vinha aportar confiança e qualidade: "Os atletas têm se sentir importantes no processo, quer tenham 900 quer 9 minutos. Têm que se sentir motivados para poder ajudar nos 900 ou nos dos 9. Passa muito por aí, por toda a gente descobrir qual a sua posição no clube, no treino, no jogo. E é importante, no nosso trabalho, transmitir isso aos jogadores e fazê-los acreditar e sentir que são importantes dentro de um determinado papel que têm a desempenhar. Não se consegue fazer isso numa semana mas essa poderá ser a nossa grande força. Vamos mudar, como disse, mas não se pode mudar tudo de uma vez, pois será pior a emenda que o soneto. Vão existir alterações mas sempre dentro das ligações que poderão ser benéficas para o que é a nosso ideia de jogo."
Apesar das ausências, que opinião tem sobre a qualidade do plantel? "Uma semana é pouco tempo mas estou satisfeito. Assim como com a forma como os jogadores se disponibilizaram e encararam o treino também me deixa satisfeito."