Evangelista e a "caminhada" no Lourosa: "Isto é ofensivo para o país desportivo"
Joaquim Evangelista, presidente do Sindicato de Jogadores, reagiu às notícias da "caminhada" do plantel do Lourosa depois da eliminação na Taça de Portugal
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O Lourosa perdeu o dérbi frente ao S. João Ver (1-0), na I eliminatória da Taça de Portugal e como consequência disso, acabou a fazer a viagem de regresso a casa, que ronda os cinco quilómetros, a caminhar. "O grupo de trabalho, decidiu vir tudo a pé, como consequência da má exibição do jogo de hoje", começou por revelar o presidente do clube, Hugo Mendes, a O JOGO.
Ora, momentos depois O JOGO apurou que nem tudo teria sido como o presidente do clube contara. Ao que O JOGO apurou, junto de várias fontes próximas do clube, o líder dos lusitanistas deu ordem ao autocarro para arrancar e pretendia que o plantel fosse com o roupeiro, na carrinha do clube, que poderia transportar cinco atletas de cada vez. Perante este cenário, os atletas resolveram voltar para Lourosa a pé.
Confrontado com este caso, Joaquim Evangelista, presidente do Sindicato de Jogadores reagiu: "Já falei com os jogadores. Ao contrário do que diz o presidente, não foram os jogadores que decidiram vir a pé, foi uma atitude presidencialista e inaceitável. Numa altura em que se tenta credibilizar o Campeonato de Portugal, há dirigentes que se prestam a isto, ainda para mais um presidente de um clube que tem feito uma aposta de colocar a equipa num patamar mais elevado", começou por dizer.
"No início da época, em vez de unir o grupo está a dividi-lo. O apelo que faço ao presidente é que tenha o bom senso de falar com o treinador e jogadores e dar um sinal de união e não o contrário. O que fez foi deixar o grupo de trabalho à sua sorte. Isto é ofensivo para o país desportivo. Não é só para o Lourosa, é para o país desportivo. Condeno veemente este episódio e apelo ao presidente para fazer algo", concluiu.
COMUNICADO DO SINDICATO
"Sindicato dos jogadores condena atitude do presidente do Lourosa
Jogadores regressam a casa a pé, após jogo para a Taça de Portugal
O sindicato dos jogadores condena o sucedido na tarde de hoje e considera inaceitável a atitude do presidente do Lourosa ao decidir dispensar o autocarro que transportaria a equipa após o jogo frente ao São João de Ver, obrigando os jogadores a regressar a pé.
Esta atitude não tem qualquer justificação e desrespeita os jogadores, pessoal e profissionalmente. O sindicato não espera, por isso, outra atitude do presidente do Lourosa que não a imediata retratação junto do plantel, por este lamentável episódio que não dignifica o futebol português e a Taça de Portugal, num momento difícil de retoma em contexto de pandemia, que deveria motivar, independentemente do resultado desportivo, a união, a solidariedade e o respeito entre todos."