Estreia a marcar com avô no pensamento: "Tenho 1,76 metros e não salto muito...”
Primeiro golo de Guga numa liga profissional, apontado ao V. Guimarães e dedicado ao avô, surpreendeu-o por ter sido de cabeça, mas confirma sinais de crescimento
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Marcar um golo, ainda por cima o primeiro numa liga profissional, é naturalmente sinónimo de felicidade. E Guga não esconde esse sentimento, sorrindo a todo o momento quando recorda a cabeçada vitoriosa e também quando fala da época, na qual tem surgido, amiúde, no onze titular de Paulo Sérgio. Para quem atuava nos sub-23 há um ano, o caso não é para menos.
“Foi uma noite marcante, que me encheu de felicidade, inclusive pelo que aconteceu durante a semana”, diz o lateral direito, aludindo ao falecimento do avô paterno. “Deu-me mais força e dediquei-lhe o golo”, prossegue. Depois, nova mostra de enorme satisfação. “É algo especial na minha vida, até por se tratar do primeiro golo na I Liga” reforça. Ter sido de cabeça surpreendeu-o. “Tenho 1,76 metros e não costumo muito saltar à bola naquela zona”, atira, largando outra gargalhada. “Quando cabeceei, senti que a bola ia entrar. Estava confiante; tinha entrado com garra e vontade. O Hélio cruzou, conheço-o bem dos sub-23, e fui com tudo. Eu é que o costumo assistir, agora foi o contrário.”
Guga, Gonçalo Moura Oliveira de nome completo, fez a formação no Alverca, tem 20 anos e contrato até 2028. Brilhou nos sub-23 e Paulo Sérgio deu-lhe uma oportunidade. “Estou muito contente e cada vez mais confiante. A saída do Moufi do plantel ajudou, mas fiz uma boa pré-época e esforcei-me sempre por agradar”, sublinha o jovem, que leva 18 jogos, com um golo e uma assistência. “Às vezes jogo eu, outras o Igor, e posso dizer que somos bons amigos. Tenho coisas que ele não tem e vice-versa e o míster vai adaptando essas características, transmitindo confiança”, comenta.
Voltando ao golo e ao jogo com o V. Guimarães (1-1), Guga considera que o empate dá alento, porque mostrou um “grupo unido e com garra, que foi sempre às bolas”, apesar da desvantagem. “Entrámos desligados, mas melhorámos e a atitude que nos caracteriza ajudou a conquistar um ponto”.
O sonho de jogar na Luz
A deslocação à Luz, no próximo domingo, é encarada por Guga como uma ocasião mágica. “Será um jogo especial, certamente. Confesso que pisar um dos relvados mais conhecidos de Portugal é um dos meus maiores sonhos”, garante o jovem lateral direito, que, segundo O JOGO apurou, estará nas cogitações de Rui Jorge para uma eventual chamada à Seleção de sub-21. “Frente ao Benfica, vamos fazer o nosso papel, como sempre, com muito profissionalismo, lutando pelo resultado e mostrando o nosso futebol”.