"Estou muito feliz por El Ouazzani ter encontrado um clube do calibre do Braga"

El Ouazzani foi a aposta que Daniel Sousa privilegiou como referência ofensiva, ganhando prevalência sobre Banza, que foi fazendo a pré-época na incerteza da continuidade em Braga, e também sobre Roberto Fernández, que chegou mais tarde. O marroquino deu cartas nos primeiros testes, agressivo na linha de ataque, com golos nos ensaios feitos no estágio em França, créditos suficientes para arrancar como titular, estatuto que teve com Anderlecht e Rayo. Goza de extrema confiança do treinador pelas competências várias que empresta ao ataque e deve relegar Banza ao banco.

A saga goleadora de El Ouazzani no futebol francês, antes de chegar ao segundo escalão, fez-se sentir no Bourg Peronnas, treinado por Alain Pochat entre 2021 e 2023. E já prometia, aos 19 anos. “Era um menino de muitas qualidades. Quando cheguei não jogava necessariamente como avançado, mas conseguimos colocá-lo de volta nesse posto. Ele soube aproveitar as oportunidades num período de má forma da equipa e ajudou-nos a garantir a permanência; contribuiu bastante, assinando golos importantes”, destaca Pochat, que antecipou a evolução de Ouazzani num patamar mais elevado. “Confirmou as indicações com muitos golos na temporada seguinte e o Guingamp interessou-se. Era atento a tudo, trabalhador e muito generoso nos jogos. Residem aí os pontos fortes. O que o distingue é que tem na mente ser sempre combativo em campo. Nos treinos, tinha de lhe pedir para focar mais no trabalho de finalização”, lembra Pochat, rendido aos progressos que trouxeram o dianteiro marroquino a Portugal. “É um rapaz amigável, que escuta e trabalha muito. Não me surpreende nada como se desenvolveu. Em pouco tempo no Guingamp mostrou as qualidades, foi imediatamente decisivo com golos”, valida o agora técnico do Villefranche.

“Marcou seis ou sete golos e juntou assistências em poucos meses. Foi titular regular e reforçou estatuto na segunda temporada. Raramente se magoa, tem grande força e ambição, penso que também atingirá os objetivos no Braga. É um destino excecional para ele, desejo-lhe toda a sorte, que bem merece”, evidencia. “Chegou aí pelo trabalho, por acreditar nas suas qualidades e saber demonstrá-las em campo”, reconhece o treinador de 56 anos, confessando-se fã do antigo pupilo, que dirigiu em 39 jogos. “Pude dar-lhe conselhos para que progredisse e sempre o vi atento e desejoso de os receber. Estou muito feliz que tenha encontrado um clube deste calibre, um bom campeonato e só espero notícias de grandes desempenhos do Amine”.