Antigos jogadores de Carlos Vicens destacam vários méritos do novo treinador do Braga, como a precisão da mensagem, o estilo contagiante e o futebol vistoso
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Jaume Pascual, extremo de 29 anos, hoje a jogar no Atlético Baleares, esteve com Vicens no Santanyi e Llosetense, mas o conhecimento de ambos foi prévio, até porque são naturais de Colonia de Sant Jordi.
“Toda a gente o admira e há um trato de normalidade. Não me surpreende que tenha ganho o impacto que se conhece a partir do Manchester City. Todos adivinhavam muito futuro para ele. Todos lhe desejam o melhor pela humildade”, elogia.
“Desde o primeiro dia que fui seu jogador vi um grande treinador, que aprendia enquanto ensinava, que queria chegar muito longe”, destaca Jaume, descrevendo tópicos fortes que saltavam à vista. “Tinha muita liderança e o que dizia qualquer um escutava e confiava. Tinha um entendimento profundo, sabia muito”, eleva, recuando ao papel do novo técnico do Braga na sua evolução.
“Na primeira volta, quando estava no Santanyi, não jogava muito e até queria ir embora. Ele fez com que eu ficasse e na segunda volta consegui jogar todos os jogos e marcar 11 golos. Ganhei muita confiança e uma aprendizagem tática, que ainda me serve. Encantava-me como transmitia o que queria. Tu acreditavas!”, sustenta, otimista que Vicens entusiasme em Portugal.
“Acho que se vai adaptar facilmente ao jogo português, mas também imagino que vai querer colocar o selo do ADN do Barça, mais tudo o que aprendeu no City. Se lhe derem tempo, fará grandes coisas, definirá um rumo no projeto”, avalia.
Toni Mas foi quem mais tempo acompanhou Vicens, vendo-o como colega e treinador, passando por Maiorca, Campos, Santanyi y Cala D’or.
“Sabíamos que logo que deixasse de jogar, se iria dedicar com todas as forças a ser treinador profissional. Tivemos uma relação ótima, íamos juntos para Maiorca. Quando passou a treinador já era muito exigente e intenso. Tinha o objetivo de ter tudo controlado e uma hora antes do treino já estava no campo a preparar cada detalhe para que nada saísse mal”, expressa, analisando o efeito Vicens.
“Falava com ele para saber como estava no City e fomos alguns visitá-lo a Manchester. Na sua mente de técnico, está o estilo de Guardiola. Promovia um futebol vistoso e de muita posse. Mas, como não éramos tão bons, nem sempre saía bem”, graceja.
“Estou 100 por cento convencido que triunfará no Braga. Vai colocar imensa paixão e trabalho. Vão ser horas e horas em prol dos objetivos do clube. Espero que coloque a equipa na Champions e obtenha títulos”, valida.
Dani Camacho é também da geração de Carlos Vicens, remontando a cumplicidade aos tempos de Maiorca. “Quando chego ao clube, ainda me recordo do primeiro dia no balneário. Tínhamos 14 anos, mas ele já era um autêntico profissional, vivia o futebol como uma religião, tinha um compromisso diferente de todos os outros. Era agradável, mas de rosto sério. Também já estava desenvolvido fisicamente e impunha-se naturalmente”, relembra Camacho.
Subitamente é Guardiola, omnipresente, que volta a assaltar a conversa. “Carlos jogava como médio-centro, tinha estatura e inteligência. Dava sentido ao jogo da equipa. Já lhe chamávamos Guardiola, por uma semelhança brutal. Coisas da vida, eles encontraram-se, acabaram a trabalhar juntos”, revela, apropriando-se dos mais pertinentes tributos.
“Como era tenaz e sagaz conseguiu viver o futebol como queria, chegou à sua referência. Mas fica sempre a primeira imagem, eu percebi mal falei com ele que iria viver do futebol. Não foi como jogador, mas foi como treinador. É uma alegria saber do seu sucesso. O Braga fez, decididamente, uma grande escolha".
