"Este gabinete de crise serve para iludir, em primeiro lugar, os adeptos do Benfica"

Francisco J. Marques comentou na noite desta terça-feira a entrevista de Luís Bernardo, diretor de comunicação do Benfica, na BTV, durante a qual explicou o gabinete de crise na Luz. "É uma espécie de reconhecimento de que o grosso de todas as revelações tem interesse público. Nunca fizemos revelações de índole pessoal, mas sim de interesse público. E deixámos de lado a vida privada das pessoas, inclusivamente, havia aspetos de interesse público que se cruzavam com a vida privada das pessoas que optámos por não divulgar. Isso tinha que ver com a informação que o Benfica recolhia da vida íntima dos árbitros. Entregámos tudo às autoridades, mas nunca o tornámos público", afirmou.

"É verdade que, hoje em dia, existem blogues, mas sobre o qual não exercemos influência, que têm feito divulgações de caráter privado. Aí, Luís Bernardo pode lamentar-se à vontade, mas o que ele está a assumir é que em todas as outras coisas há interesse público. Portanto, todas as revelações fazem sentido sobrepor-se à entidade Benfica em preservar a sua privacidade, porque revelam práticas muito questionáveis, complicadas e provavelmente criminosas. Uma coisa garanto: não roubámos nada a ninguém. Nada. Zero. Sobre isso estamos completamente à vontade. Infelizmente, desde há praticamente um ano que este caso leva na opinião pública e o Benfica nunca foi capaz de prestar esclarecimentos concretos sobre as matérias. Ainda não disse nada sobre o caso dos e-mails, do e-toupeira, em que um dos seus quadros arranjou forma de entrar no sistema informático da justiça portuguesa ou dos que envolvem o seu presidente. Este gabinete de crise serve para iludir, em primeiro lugar, os adeptos do Benfica, que são a grande preocupação dos responsáveis do Benfica, para que continuem a sobreviver no lamaçal que criaram. Isto é consequência de práticas dos responsáveis do Benfica; mais nenhum clube tem que ver com isto", completou, em declarações no programa Universo Porto da Bancada, do Porto Canal.