Prossegue o julgamento pelo ataque à Academia do Sporting a 15 de maio de 2018
Corpo do artigo
Na manhã desta quinta-feira, no Tribunal de Monsanto, prestou declarações um sargento da GNR, Fábio Castro, que coordenou parte da investigação criminal, o qual reiterou o que outros militares desta força de segurança já explicaram em tribunal, designadamente o cenário que encontraram quando chegaram à ala profissional de futebol do Sporting, após a invasão, assim como a detenção, nesse dia, dos primeiros 23 arguidos no interior ou nas imediações da academia.
A testemunha esteve envolvida na interceção de uma das viaturas que se colocou em fuga, na qual estavam oito dos arguidos, dois dos quais na bagageira. "Estavam lá oito pessoas com as balaclavas dentro do carro", disse.
Numa sala para onde foram encaminhados os jogadores, a equipa técnica e o staff, o sargento relatou ter visto o treinador Jorge Jesus com a cara vermelha, o preparador físico Mário Monteiro com lesões na barriga e num punho e o jogador Bas Dost com ferimentos na cabeça.
Sobre as imagens de videovigilância, este coordenador reiterou que as mesmas só foram disponibilizadas pelas 5h00 de 16 de maio.
O julgamento prossegue esta tarde com a inquirição do vigilante que se encontrava à entrada da academia aquando do ataque, em 15 de maio de 2018.
Em 15 de maio do ano passado, durante o primeiro treino da equipa de futebol do Sporting, após a derrota na Madeira, cerca de 40 adeptos leoninos encapuzados invadiram a Academia do clube, em Alcochete, e agrediram vários jogadores, bem como o então treinador, Jorge Jesus, e outros membros da equipa técnica.
O atual líder da Juve Leo, Mustafá, o antigo presidente do Sporting Bruno de Carvalho e Bruno Jacinto, ex-oficial de ligação aos adeptos do clube, estão acusados, como autores morais, de 40 crimes de ameaça agravada, de 19 crimes de ofensa à integridade física qualificada e de 38 crimes de sequestro, todos estes (97 crimes) classificados como terrorismo.
Os três arguidos respondem ainda por um crime de detenção de arma proibida agravado e Mustafá também por um crime de tráfico de estupefacientes.
Aos arguidos que participaram diretamente no ataque à academia, o Ministério Público imputa-lhes a coautoria de 40 crimes de ameaça agravada, de 19 crimes de ofensa à integridade física qualificada e de 38 crimes de sequestro, todos estes (97 crimes) classificados como terrorismo.
Estes 41 arguidos vão responder ainda por dois crimes de dano com violência, por um crime de detenção de arma proibida agravado e por um crime de introdução em lugar vedado ao público.