Pedro Martelo marcou ao Pevidém e garantiu a permanência do S. João de Ver. Para o ano, deseja um clube onde possa somar mais minutos.
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Pedro Correia, mais conhecido no mundo do futebol por Martelo, contribuiu de forma decisiva para a vitória do S. João de Ver sobre o Pevidém (1-0), que garantiu a permanência do clube na Liga 3. O ponta-de-lança, natural de Évora, e que passou pela formação do Benfica, está vinculado ao Paços de Ferreira desde a temporada passada, mas ainda não se conseguiu impor nos castores, objetivo que ambiciona, após dois empréstimos que o ajudaram a evoluir.
Marcou o golo que garantiu a permanência do S. João de Ver na Liga 3 e o clube ainda pode sonhar com a liderança. Que significado teve?
-Marcar golos e poder ajudar a equipa é sempre importante. Este teve um significado especial porque garantiu-nos a vitória e a permanência. Ainda temos a oportunidade de liderar o grupo, e é isso que esperamos: continuar esta boa fase e somar o máximo de pontos nos próximos dois jogos.
O próximo jogo vai opor os dois líderes deste grupo. É bom chegar de pé quente?
-Claro! A Sanjoanense é muito forte, e não deixa de ser um dérbi. Apesar de os dois clubes estarem assegurados na Liga 3 para o ano, é muito importante para ambos. Queremos ir lá fazer o nosso trabalho e ganhar.
Sente que a equipa melhorou com a chegada de Henrique Nunes e podia até ter ido mais longe?
-É uma pergunta relativa. Certo é que os resultados têm vindo a melhorar, e o mais importante é que a equipa tem estado no nível que começou o ano. Se poderíamos ou não ter ido mais longe, é complicado estar agora a dizer. O importante é que já garantimos o objetivo.
Esteve no Amora e depois veio para a Série Norte... Qual é a mais forte e a que gostou mais?
-Em termos de estilo de jogo, acho que me identifico mais com a do Sul. Em termos de competitividade, a Norte é muito forte. As equipas são muito taco a taco, é muito renhido, inesperado, e os resultados são muito imprevíseis contra qualquer adversário.
O ponta-de-lança está emprestado pelo Paços de Ferreira, clube com o qual ainda tem mais um ano de contrato e onde espera vingar. Nesta época, rodou na série Sul (Amora) e Norte para tentar crescer.
Chegou por empréstimo do Paços de Ferreira. teve a esperança de ficar na equipa principal do Paços?
-Fiz a pré-temporada com a equipa A e no ano passado também, ainda estive lá seis meses e depois é que fui emprestado. Este ano, tinha mais esperanças do que no ano passado, podia ter tido uma oportunidade, mas a vida segue e agora é tentar acabar a época o melhor possível e esperar que no próximo ano isso possa acontecer.
Qual o objetivo no futuro: continuar em S. João de Ver ou tentar vingar no Paços?
- O objetivo principal é tentar afirmar-me no Paços de Ferreira. Depois, só lá é que se pode descobrir se fico, se jogo e se é o melhor para mim. Este ano, de início, éramos cinco pontas-de-lança, era complicado encontrar o espaço desejado. Acabaram por sair dois [Dor Jan e o Tanque], mas já foi tarde... Havia alguns convites e achei por bem ir para a Liga 3, já tinha estado na segunda B em Espanha [Corunha] e isto poderia fazer-me bem.
"Em termos de estilo de jogo, identifico-me mais com a série do Sul. Em termos de competitividade, a do Norte é muito forte"
Aos 22 anos, ainda tem muito para crescer. Onde sente que pode evoluir? Tem algum jogador que lhe sirva como modelo?
-Evoluir é ter mais minutos de jogo, é o que mais preciso. Preciso de estabilidade, de um clube que aposte em mim para ganhar confiança. A partir daí é que estarei preparado para dar o salto e ir para ligas mais condecoradas. Sempre tive o Giroud como referência, pois a maneira dele jogar é similar à minha. Considero-me um ponta-de-lança móvel, ao contrário do que muita gente pensa, de que sou mais fixo. Atualmente também gosto muito de ver o Haaland.
É conhecido por Pedro Martelo. A que se deve essa alcunha?
-Tem a ver com um primo. Ele foi sempre muito chegado a mim desde pequeno, uma espécie de irmão mais velho. Jogava à bola, era muito bom e eu via nele um ídolo. Chama-se Vítor Martelo, e eu sempre quis ser conhecido por esse apelido.
Que sonhos tem por realizar no mundo do futebol?
-O mais breve, neste momento, é conseguir afirmar-me no Paços de Ferreira. Ainda tenho mais um ano de contrato e afirmar-me na I Liga é o maior objetivo. Só fui duas vezes convocado pelo Pepa, na época passada, mas não tive a oportunidade de me estrear, que é o sonho de qualquer jogador.
Euro sub-19: "Disse para terem calma, que ia entrar e resolver"
Pedro Martelo revelou que o momento mais alto da carreira foi ter ajudado Portugal a conquistar o Euro sub-19, na final frente à Itália (4-3), em 2018. "Estava toda a gente muito exaltada e nervosa no banco e pedi que mantivessem a calma, porque ia entrar e fazer golo. O míster Hélio Sousa chamou-me e só queria ir lá para dentro", contou o ponta-de-lança, que, passados oito minutos, cumpriu a promessa e marcou o golo que ajudou Portugal a levantar o troféu, no final do prolongamento. A ida ao Mundial, no ano seguinte, foi outra etapa que recorda, apesar de a seleção ter caído na fase de grupos. Com passagens pela escola de Benfica e Braga, o jovem, de 22 anos, conviveu com João Félix, Florentino, Nuno Santos, Jota, David Carmo e Makouta, entre outros. "O objetivo é atingir esses patamares", avisa.
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