Entrevista a Villas-Boas: "Os sócios estão connosco, mas como eu, desesperados por vitórias"
Presidente do FC Porto, André Villas-Boas, admite que no âmbito desportivo está longe de corresponder às expectativas dos sócios, mas não esconde o orgulho pelo sucesso financeiro: em 11 meses foram pagos 179 M€ de passivo
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Que o balanço faz de quase um ano de presidência?
- No âmbito desportivo é onde não estamos no patamar que é reconhecido, principalmente no futebol. Chegamos a março numa posição desconfortável. Não dependemos de nós na obtenção do objetivo mínimo que seria a Liga dos Campeões e para sonhar com o título dependemos de um número elevadíssimo de fatores. Na área desportiva, infelizmente, para a primeira época estamos curtos, mas em tudo o resto há um campo de transformação enorme no FC Porto, institucional, associativa e, em particular, financeiramente.
Admite que se não cumprir com determinados objetivos desportivos possa haver um cenário de eleições antecipadas?
- Antecipadas não! Jamais. Seria uma falha absoluta da minha parte. Nem pensar, nem penso que isso passe na cabeça dos sócios. Eu sou simplesmente o guardião do FC Porto neste momento. Cabe-me entregar o FC Porto melhor do que o encontrei. Claro que será impossível entregar melhor a nível de títulos, porque a presidência anterior bateu todos os recordes a nível mundial. Nesse aspeto, lamentavelmente, vou ficar curto. Agora, a nível institucional, associativo, financeiro, social, cultural e também desportivo, espero entregá-lo em boas condições. Espero também garantir a confiança dos sócios para uma manutenção desta nossa liderança por mais dois mandatos. Penso que os mandatos dos clubes devem corresponder também ao que se passa na sociedade e estarem limitados a três. Isso significaria 12 anos e daqui a 12 anos, merecendo essa confiança dos sócios, quero entregar um FC Porto melhor do que eu recebi.