O tema é recorrente e preocupante. José Couceiro vai incluí-lo na agenda de uma reunião que vai ter com os treinadores da I Liga a 8 de janeiro
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Em Portugal joga-se pouco tempo durante os 90 minutos? O observatório de futebol CIES realizou um estudo sobre o tempo útil de jogo em 37 ligas europeias e as conclusões não favorecem a I Liga, porque se o campeoanto sueco surge como aquele com 60,4% de tempo a ser efetivamente utilizado com a bola a rolar, o português surge no último lugar. Portanto, em Portugal joga-se pouco tempo durante os 90 minutos? Joga e também por isso José Couceiro vai incluiu esse assunto na agenda de uma reunião que vai ter com os treinadores da I Liga.
Dar voz aos técnicos, que são quem mais de perto convive com diversos problemas com que se debatem as equipas semanalmente, foi a ideia de José Couceiro, diretor técnico nacional ao convidá-los para um encontro que tem data marcada para o 8 de janeiro e que vai contar, em princípio, com a totalidade dos treinadores da I Liga. A ideia tem, naturalmente, a chancela da FPF e o diretor técnico nacional tem como ambição tornar estes encontros periódicos.
Voltando, ao relatório do Observatório Internacional do Futebol (CIES), entre 37 campeonatos analisados, a I Liga é aquela em que se regista menos tempo útil de jogo. Por cá, apenas 50,9% dos 90 minutos são aproveitados para jogar. O Belenenses é a equipa que tem mais tempo de bola, com 55,9%, e o Feirense a que tem menos, com 45,7%. As diferenças entre os mais produtivos e os menos atingem os 9/10 minutos de tempo útil de jogo. O Diretor Técnico Nacional quer levar o tema a debate, porque o futebol se joga para o público. "Fala-se, essencialmente, da intensidade dos jogos. Quanto mais intensos forem, mais tempo útil vão ter. E, nesse particular, o nosso campeonato está uns furos abaixo de muitos campeonatos europeus", disse a O JOGO José Couceiro. A propósito, aseguir à liga sueca surge a Liga dos Campeões com 60,2% e em terceiro está a Liga holandesa (58,6%). A Bundesliga segue em quarto com 58,5%, a liga italiana em sétimo com 57,8% e a Liga Europa em nono (57,1%).
Também os calendários preocupam o DTN. Há desequilíbrios na calendarização que tornam pesados para as equipas os quadros competitivos. "Há muitos exemplos de situações que prejudicam as equipas", diz Couceiro, ele próprio uma vítima de uma calendarização desacertada, na última época, quando estava no comando do V. Setúbal e que por diversas vezes denunciou a situação.
A iniciativa de levar estas questões a debate está a suscitar interesse real na classe dos treinadores. Diga-se, a propósito, que numa primeira fase estes encontros serão apenas para treinadores da I Liga.