Em dia de queixas do Benfica, Liga insiste: "A Centralização dos Direitos Audiovisuais é para avançar"
O organismo que gere o futebol profssional reafirma que "a Centralização dos Direitos Audiovisuais é para avançar"
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No dia em que o Benfica solicitou a suspensão imediata do processo de centralização dos direitos audiovisuais, numa carta enviada à Liga, a que O JOGO teve acesso, o organismo que gere o futebol profssional reafirmou que "a Centralização dos Direitos Audiovisuais é para avançar", não deixando de notar as "preocupações manifestadas" sobre um processo que, considera, "representa uma transformação estrutural determinante para o futuro do Futebol Profissional em Portugal"
Na missiva dirigida ao presidente da Liga, o Benfica recorda a “ambição clara e legítima de reforçar a competitividade, garantir a valorização global do futebol português e promover uma maior equidade entre os clubes”, lamentando que, “passados mais de quatro anos, os pressupostos que deveriam fundamentar essa transição permanecem por cumprir”.
Segundo o Benfica, ainda na carta assinada por Rui Costa e enviada na terça-feira a Reinaldo Teixeira, “o atual processo de centralização está atrasado, em risco de falhar os objetivos e já desatualizado face ao contexto internacional”, realçando que “o impacto que o futebol tem como setor estruturante da economia portuguesa exige uma visão estratégica clara e uma gestão responsável”.
COMUNICADO DA LIGA
"Por uma maior valorização e projeção do Futebol Profissional
A Liga Portugal regista as preocupações manifestadas sobre a Centralização dos Direitos Audiovisuais, processo que representa uma transformação estrutural determinante para o futuro do Futebol Profissional em Portugal.
Muitas dessas preocupações são partilhadas pela atual Direção Executiva, que, desde que tomou posse, há precisamente 84 dias, avançou com passos firmes neste dossier, iniciando de imediato, e pela primeira vez, reuniões com operadores televisivos nacionais e internacionais, incluindo plataformas de streaming.
Paralelamente, foram também promovidas reuniões com o Governo, a Autoridade da Concorrência e todas as forças de autoridade (incluindo os comandos nacionais da PSP, GNR, Polícia Judiciária, SIS e Proteção Civil), com o objetivo de combater a pirataria e, ao mesmo tempo, sensibilizar os adeptos para que usufruam do espetáculo, evitando comportamentos que possam prejudicar os seus clubes.
Foram igualmente estabelecidos contactos com a AICEP - Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal, no sentido de promover o futebol nacional a nível internacional, bem como dinamizadas reuniões com países de Língua Oficial Portuguesa, reforçando pontes e sinergias no espaço lusófono.
De forma articulada, decorrem ainda encontros técnicos com vários departamentos especializados de outras ligas europeias, com vista à partilha de experiências, de boas práticas e, igualmente, reforço da credibilidade do futebol português no plano internacional.
Importa sublinhar que este trabalho tem sido realizado com o envolvimento crescente das Sociedades Desportivas, que reconhecem o percurso já traçado e os resultados alcançados. O objetivo é claro: cumprir – e, se possível, antecipar – os prazos definidos pelo Governo no Decreto-Lei n.º 22-B/2021.
É com esse sentido de responsabilidade que a atual Direção Executiva da Liga Portugal reafirma: a Centralização dos Direitos Audiovisuais é para avançar. É um compromisso assumido com as Sociedades Desportivas, com os adeptos e com a sustentabilidade do futebol nacional. E é com todos – sem exceção – que pretendemos concretizá-lo."