Leandro Teixeira deixou o Penafiel, clube ao qual esteve ligado durante dez anos, para abraçar “um desafio ambicioso”
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Após ter acumulado larga experiência na II Liga, escalão em que esteve ao serviço do Penafiel, clube que representou nos últimos dez anos, Leandro Teixeira aceitou baixar de patamar para abraçar o desafio do Fafe, que ficou nos quatro primeiros da Série A da Liga 3. Agora, a equipa de Jorge Pinto vai tentar a subida, tendo entrado com o pé direito na nova fase, ao vencer o 1.º Dezembro (3-1), num jogo em que o central, de 26 anos, se estreou a marcar.
Com capacidade para jogar como central ou médio, aos 26 anos ainda espera chegar à I Liga
“Defesas goleadores? Não é só o ponta-de-lança que tem de fazer golos. Todos temos de saber atacar e defender. As bolas paradas ajudam a resolver jogos”
O Fafe entrou com o pé direito na fase de subida, com golos de três defesas. É normal serem goleadores?
-Normal não é, mas, hoje em dia, as bolas paradas são cada vez mais importantes, e na fase de subida serão ainda mais para resolver jogos. Eu e o João Batista marcámos em lances desses e o Vigário conseguiu recuperar uma bola em zona alta e fazer golo. Não é só o ponta-de-lança que tem de fazer golos. Todos temos de saber atacar e defender.
O central estreou-se a marcar na vitória ante o 1.º Dezembro (3-1), contribuindo para que a equipa de Jorge Pinto entrasse com o pé direito na fase de subida. Objetivo é lutar pelos lugares cimeiros.
Estreou-se a marcar, como viveu esse momento?
-É sempre bom marcar golos. O meu objetivo é, primeiro, não os sofrer; é para isso que trabalho e treino, mas, para qualquer jogador, é sempre bom conseguir fazer um golo ou uma assistência, e foi muito bom por ter sido o primeiro no Fafe!
“Mesmo depois de estarmos a perder 1-0, senti o grupo confiante, com mais vontade do que o adversário”
Qual foi o segredo desta vitória?
-O segredo foi a entreajuda que houve, a vontade de ganhar. O grupo acreditou muito no trabalho que temos vindo a fazer. Mesmo depois de estarmos a perder 1-0, senti sempre o grupo confiante, com vontade de ir para cima. Depois de eu ter feito o empate, senti que tínhamos mais vontade do que o adversário e isso foi determinante para a vitória, esse querer mais.
O Fafe está pela primeira vez nesta fase, é possível fazer ainda mais história e chegar à II Liga?
-Vamos jogo a jogo. É lógico que, estando entre os oito primeiros, não negamos que queremos estar sempre lá em cima. O objetivo é andar nos lugares cimeiros, sabendo que a Liga 3 é bastante competitiva; existem equipas mais favoritas do que nós e queremos andar ao lado delas.
Qual é a maior força deste plantel?
-É o grupo de grandes homens que temos, um grupo muito unido. Transportamos isso para dentro de campo, a união e a amizade. Hoje em dia, no futebol, esses são valores muito importantes.
“Temos de agradecer à SAD pelos jogadores com experiência e qualidade que tem contratado, como o Bruninho e o João Oliveira, que chegaram”
A SAD contratou alguns jogadores experientes, é uma das razões para o sucesso?
-Temos de agradecer à SAD os esforços que tem feito por nós e os jogadores que tem contratado, com experiência e qualidade. Ainda agora chegaram o Bruninho e o João Oliveira, que têm muita qualidade e vão ajudar.
Há algum jogador que se destaque mais?
-A nível coletivo temos estado todos muito bem. É claro que o Tiago Leite tem estado mais em destaque, é o segundo melhor marcador do campeonato [11 golos] neste momento, e os créditos têm de cair mais em cima dele.
Está a disputar pela primeira vez a Liga 3, o que acha da competição?
-Já ia acompanhando a Liga 3. Sempre tive interesse, é um campeonato muito competitivo. Visto de fora já o sentia assim e agora, estando aqui, sinto ainda mais. Mesmo na primeira fase, os jogos foram todos muito difíceis, e nesta vai ser igual. Na II Liga, os jogos são um bocadinho mais abertos, as equipas gostam de ter bola, aqui os blocos são mais baixos. Às vezes o empate é um bom resultado e isso acaba por tornar mais difícil o jogo.
“Já estava há muitos anos no Penafiel. Tudo bem que era II Liga, eles queriam renovar, mas, para a minha carreira e desenvolvimento, precisava de outro desafio”
O que o fez assinar pelo Fafe?
-Queria ter um projeto novo. Já estava há muitos anos no Penafiel. Tudo bem que era II Liga, eles queriam renovar e gosto muito do clube, mas para a minha carreira e desenvolvimento precisava de outro desafio, por isso optei pelo Fafe, pelas condições e pelo projeto. Ainda bem que o fiz, porque está a correr bem!
Pode jogar como central ou médio, onde é melhor?
-Sinto-me confortável nas duas posições. No Penafiel fiz muitos jogos a médio-defensivo, que foi a posição em que me formei. Este ano tenho jogado mais como central.
Currículo: Leandro participou em 75 jogos na II Liga pelo Penafiel e é um dos reforços de peso do Fafe
Esteve vários anos ligado ao Penafiel, foi marcante?
-O Penafiel deu-me oportunidade de ser profissional, isso vou sempre agradecer. Gosto do Penafiel, é o clube da minha terra, vou ter sempre um carinho especial, estive lá durante dez anos, sete como profissional e três na formação. No Fafe ando nos lugares cimeiros e lutar para subir é muito ambicioso, está a fazer-me bem e estou a gostar muito.
Eletricista antes de ser sénior com Evangelista e Bruno César
Natural de Penafiel, Leandro Teixeira esteve ligado durante dez anos ao clube da terra e, antes de se tornar profissional, chegou a ter outra profissão. “Fui eletricista durante oito meses no último ano de júnior, mas quando assinei contrato abdiquei desse trabalho”, contou o jogador, que participou em 75 jogos pelos durienses na II Liga. Foi companheiro de Bruno César, o jogador mais diferenciado, e teve Armando Evangelista como treinador mais conceituado.
“Fui eletricista durante oito meses no último ano de júnior, mas quando assinei contrato abdiquei desse trabalho”
“O Evangelista treinou-me durante os primeiros dois anos de sénior. Já andou por Famalicão, Arouca e recentemente esteve até no Brasil, enquanto o Bruno César tinha passado pelo Benfica e Sporting e mesmo estando numa fase já descendente, tinha qualidade”, recordou o central, admitindo que o sonho é um dia chegar à I Liga. “Tenho 26 anos e espero ter oportunidade de o conseguir”, frisou.