Candidato da lista C diz que Varandas tem "atitudes de desrespeito" para com os sócios.
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O candidato à presidência do Sporting Nuno Sousa criticou o "completo distanciamento e um cavar de divisionismos dentro da massa associativa" do clube, levada a cabo durante o atual mandato da direção de Frederico Varandas.
"O mote da campanha de Frederico Varandas, em 2018, era unir o Sporting e que não queria sectarismos e divisionismos. O que vemos, na atuação de Frederico Varandas, é um completo distanciamento dos sócios e um cavar de divisionismos dentro da massa associativa do Sporting", considerou o líder da lista C, em entrevista à Agência Lusa.
Nuno Sousa foi mais longe e apontou mesmo esse distanciamento com os sócios como o aspeto que mais o distancia do presidente dos verde e brancos, que acusou de ter, consecutivamente, atitudes de desrespeito para com os associados do clube leonino.
"Para nós, sem sócios não há clube. Vemos, consecutivamente, algum desrespeito aos sócios, seja catalogando-os, seja ostracizando-os, seja descurando partes essenciais da relação funcional e afetiva com os sócios. Esse distanciamento leva a uma elitização, que vai completamente contra o que a sociedade exige, que é ser mais participativa, colaborativa, inclusiva e participativa", expressou o candidato portuense, de 46 anos.
O gestor assumiu que a sua lista surge "da bancada", com elementos que não andam pelos "corredores de Alvalade", o que leva a que se sintam "muito mais próximos dos sócios anónimos do que costuma ser o habitual e o mais do mesmo" no clube lisboeta.
"Frederico Varandas tem um amplo apoio de notáveis, muitos deles ligados a direções anteriores com gestões péssimas, que levaram o Sporting à perda de património, a maus resultados financeiros e a maus resultados desportivos", contrapôs Nuno Sousa.
O primeiro candidato assumido à presidência do Sporting revelou até ter feito uma verificação de promessas eleitorais de Frederico Varandas na altura do último sufrágio aos órgãos sociais do clube, em 2018: "São mais as linhas que não foram cumpridas do que aquelas que foram cumpridas. Isto é que mina a confiança das pessoas".
Também o relacionamento com as claques "leoninas" mereceu destaque por parte de Nuno Sousa, muito crítico na forma como Frederico Varandas geriu toda a situação, garantindo "apoiar administrativa e logisticamente" os grupos organizados de adeptos.
"Levou-se a guerra de palavras demasiado longe para que, depois, Frederico Varandas consiga resolver alguma coisa. Neste momento, não é solução para o que aconteceu, já é parte do problema, pois quebrou qualquer hipótese de diálogo", sublinhou o gestor.
As claques entraram em litígio com a direção dos leões após a invasão à Academia de Alcochete, ainda no mandato de Bruno de Carvalho, dirigente que acabaria expulso de sócio, depois de conduzir o processo de expulsão do antigo presidente Godinho Lopes.
"O movimento que deu origem a esta candidatura foi sempre frontalmente contra as expulsões. Achamos que só devem acontecer se ficar provado que a ação de um sócio foi dolosamente culposa para o Sporting. Não mudamos de opinião, ao contrário de Frederico Varandas, que, em 2018, disse "quem sou eu para expulsar alguém?" e a verdade é que nunca aconteceram tantas expulsões como no seu mandato", realçou.
Tanto as expulsões de associados, como a aprovação dos relatórios e contas do clube, foram votadas em assembleias-gerais (AG), nas quais Nuno Sousa entende existir "uma subversão total" no modo de realização das mesmas, que tem a intenção de alterar.
"O que houve foi uma subversão total do que deve ser uma AG comum. Começam-se as AG a votar-se e este modelo é completamente errado. Estamos a transformar em AG referendárias ou eleitorais coisas que não o são", frisou o concorrente da lista C.
As eleições dos órgãos sociais do Sporting para o quadriénio 2022-2026 decorrem no sábado, das 09:00 às 20:00, no Pavilhão João Rocha, em Lisboa, com três candidaturas a sufrágio: Frederico Varandas (lista A), Ricardo Oliveira (lista B) e Nuno Sousa (lista C).
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