Eleições no Benfica: oposições exigem voto físico e arrasam segurança eletrónica
Listas de Noronha Lopes e do movimento Servir o Benfica não escondem desagrado. Sistema eletrónico foi certificado há 14 anos.
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As candidaturas de Noronha Lopes e do movimento Servir o Benfica exigem, em comunicados hoje divulgados, a contagem do voto físico nas eleições para os órgãos sociais do clube, marcadas para esta quarta-feira.
Os subscritores das respetivas listas reclamam contra o que consideram um sistema informático "vulnerável" e temem a "possibilidade real de as eleições serem uma gigastesca fraude". O assunto já não é novidade, mas a pressão dos concorrentes de Luís Filipe Vieira ganhou dimensão esta manhã, com posições oficiais tornadas públicas nas redes sociais.
"A Mesa da Assembleia Geral [MAG] continua a tratar o ato eleitoral de amanhã sem o profissionalismo que a instituição exige", começa por referir o comunicado da Lista B, que reclama do factio de, no dia anterior, não ter sido recebida pelo presidente da MAG, mas sim pelo secretário-geral do clube: "Saímos sem qualquer esclarecimento. A 24 horas das eleições, não existe um regulamento eleitoral que pudesse ser consultado nem um protocolo a seguir".
O mesmo assunto está plasmado na nota do movimento Servir o Benfica: "Ontem, num inacreditável despotismo, digno de instituições que não vivem em democracia, a Mesa alegou que a contagem física só terá lugar se o resultado da eleição não for expressivo para a lista vencedora".
E o que está em causa? A desconfiaça total das listas concorrentes - à exceção da que se recandidata - ao sistema informático que irá gerir a votação eletrónica: "O clube que sofreu, durante anos, acessos indevidos, envia cartas aos associados que residem no exterior a garantir que o sistema foi auditado pela CNE em 2006".
"Ou seja os sócios do Sport Lisboa e Benfica vão votar num sistema que não é auditado por entidade independente faz 14 anos, repetimos, 14 anos!, e que serão nomeados observadores qualificados por lista, o que é falso!", refere o movimento.
A nota de Noronha Lopes carrega na mesma tecla: "A informação de que dispomos, após consulta com especialistas, diz-nos que o sistema de voto apresenta vulnerabilidade a ataques informáticos".
E remete ainda para a questão do voto físico e uma particularidade: "Depois de muita pressão dos sócios, o voto físico vai coexistir com o voto eletrónico. No entanto, para nosso espanto, as urnas vão estar nos locais de voto apenas para enfeitar, na medida em que o Presidente da MAG recusa confirmar uma contagem de votos em urna".
"Assim, tudo aponta para que não exista contagem de voto físico no dia das eleições, ao contrário do que o Presidente da Mesa garantiu em carta datada de 6 de Setembro. Esta posição é incompreensível e configura uma ameaça à integridade do ato eleitoral", pode ler-se.
E conclui: "Em face disto, exigimos que as urnas sejam abertas para uma contagem do voto físico.
Uma instituição com a grandeza e a relevância social do Sport Lisboa e Benfica não pode ter eleições organizadas desta forma amadora e muito pouco transparente".