Eleições para os órgãos sociais do clube avense estavam programadas para 9 de maio.
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As eleições dos órgãos sociais do Aves para o biénio 2020/2022, que estavam agendadas para 9 de maio, foram suspensas pelo último classificado da I Liga devido à pandemia de covid-19.
"O estado de emergência que se vive face ao surto pandémico do coronavírus foi prolongado até 2 de maio de 2020, o que afeta o normal desenrolar do processo eleitoral, nomeadamente a preparação de candidaturas", lê-se num comunicado assinado pelo presidente da Mesa da Assembleia-Geral, Nuno Lima Cardoso.
O sufrágio deveria decorrer entre as 14h e as 17h, no estádio do Aves, seguindo-se uma reunião magna do emblema de Santo Tirso para a tomada de posse dos novos corpos sociais, dois atos que ficarão pendentes, tal como a entrega de candidaturas, cujo prazo terminava a 29 de abril.
"É inevitável a suspensão do processo eleitoral, que será retomado mal estejam reunidas as condições de saúde pública que permitam a sua realização. Os órgãos sociais do Clube Desportivo das Aves manter-se-ão em funções até essa data", termina a nota.
Na liderança avense desde a temporada 2010/11, Armando Silva, de 56 anos, foi reeleito sem oposição em abril de 2018, com 90% dos votos, dois meses antes de assistir a mudanças na administração da SAD, constituída em agosto de 2015, com 70% do capital detido pelo grupo de investidores "Galaxy Believers".
Alegando divergências com os restantes membros da sociedade anónima, o então presidente brasileiro Luiz Andrade apresentou a demissão e foi substituído pelo chinês Wei Zhao, que já era acionista maioritário da empresa ligada ao marketing desportivo, a par de Hongmin Wang, passando a deter 90% do capital da SAD avense.
Após a conquista inédita da Taça de Portugal, em 2017/18, os nortenhos fizeram história com a segunda manutenção consecutiva na I Liga, numa época em que assinalaram a estreia do escalão sub-23 com os títulos da Liga e Taça Revelação, mas têm sofrido contrariedades desportivas e financeiras desde agosto.
Os nortenhos falharam a regularização dos ordenados de atletas e jogadores referentes ao período entre dezembro de 2019 e fevereiro de 2020 e podem perder dois a cinco pontos, face aos 13 que somaram em 24 jornadas, nove abaixo da zona de salvação, numa altura em que a I Liga está suspensa por tempo indeterminado desde 12 de março.
A SAD liderada pelo chinês Wei Zhao justificou as dívidas com a paralisação da atividade económica na China, motivada pelo novo coronavírus, tendo o processo sido encaminhado da Liga para o Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol a 3 de abril.
Os salários dos dois primeiros meses do ano começaram a ser liquidados na semana passada, mas o guarda-redes francês Quentin Beunardeau e o avançado brasileiro Welinton Júnior optaram por rescindir os vínculos com o Aves.