Depois de uma entrada em falso no campeonato, a mudança de treinador resultou na estabilidade da equipa, visível na organização coletiva em campo e numa crescente solidez
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Depois de ter sido eliminado da Taça de Portugal, em casa, pelo Santa Clara (0-1), e de perder para o Benfica, nos penáltis (1-1, 4-1 final) a corrida à fase final da Taça da Liga, o Vitória de Guimarães foi a São Miguel buscar três pontos, resultado inédito em solo açoriano, sublinhado com um 0-4 e uma exibição irrepreensível. Pelo meio, João Henriques avisara, com a serenidade que lhe é típica, que a equipa está a crescer.
Há treinadores que abusam dessa expressão para adiar resultados, mas não é o caso deste a quem a SAD recorreu, após a terceira jornada, para corrigir uma entrada em falso no campeonato sob a liderança de Tiago Mendes, outrora médio de elite, estreante a este nível. O efeito de João Henriques está à vista no desempenho da equipa e o facto de ter sido capaz de golear nos Açores traduz na perfeição o caráter metódico, estudioso do técnico que passou as duas últimas duas épocas a dar ao Santa Clara a consistência que agora tratou de abalar.
O treinador que sucedeu a Tiago, com apenas três jornadas disputadas, afirmou, recentemente, que a equipa está a crescer. Os números confirmam-no e a confiança dos jogadores também
O crescimento dos vimaranenses é evidente, desde logo, na tabela classificativa, a dois pontos do quarto lugar do Braga, finalmente de volta à discussão de uma vaga na Europa pela única via que resta e com uma solidez promissora - além do benefício que representa para a competição ter uma luta acesa no topo da tabela.
A recuperação fez-se a partir da defesa, atualmente a menos batida do campeonato. O Vitória de Guimarães conta apenas sete golos sofridos, tantos como o líder Sporting e o Belenenses de Petit, que segue na décima posição. No campeonato, a equipa não sofre golos há 285 minutos, correspondentes a três jornadas e 15 minutos, desde o golo sofrido com a equipa que passa o Natal no comando da prova.
Vitória não sofre golos na I Liga há 285 minutos, três jogos e 15 minutos da partida com o Sporting. Tem a defesa menos batida da prova, com sete golos, tantos como Sporting e Belenenses
A jogar na condição de visitante, é mesmo a melhor da I Liga, sofreu apenas um golo. Naturalmente, o nome de Bruno Varela é indissociável desta solidez. Dizer que o guarda-redes, 26 anos, atravessa um bom momento, seria redutor, pois todos os sinais são de maturidade, extremamente útil a uma equipa jovem. Renascida em confiança, a equipa que é cada vez mais o espelho fiel de João Henriques segue embalada no campeonato por quatro vitórias em cinco jogos fora, registo apenas igualado por Sporting (são as duas únicas que ainda não perderam fora) e Benfica.