Edwards no topo da pirâmide: "Sempre manifestou o desejo de regressar a Inglaterra"
É um dos jogadores do plantel com maior estatuto na Premier League. A porta está aberta para um grande negócio; Na operação de venda de Pedro Porro, Frederico Varandas exigiu ao Tottenham que cedesse mais 15 por cento dos direitos económicos do jogador. Os leões passaram a ter 65 no total.
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O impacto das exibições de Edwards chega rapidamente ao exterior, até porque o extremo inglês está muito bem referenciado no estrangeiro, mais concretamente em Inglaterra, de onde é natural, e onde fez toda a sua formação. Aliás, representou todos os escalões jovens da seleção dos três leões. Anteontem, diante do Rio Ave, voltou a encantar com o seu virtuosismo técnico (como se viu no golo que marcou), confirmando que continua a ser um dos jogadores que mais impacto causa no estrangeiro. O "10", sabe O JOGO, é observado com muita frequência e o seu nome consta de muitos blocos de notas do departamento de scouting de vários emblemas europeus.
Recentemente, o Tottenham, clube onde fez a sua formação e que detém uma parte importante do seu passe, demonstrou interesse, mas Frederico Varandas optou por fechar a porta aos spurs. Houve ainda outras abordagens de outros clubes ingleses (não chegaram aos valores pretendidos pelo Sporting) mas os leões acreditam na valorização do jogador e numa venda superlativa no próximo verão. Varandas e seus pares não pretendem desfazer-se de Edwards a qualquer preço.
Aliás, no negócio de Pedro Porro para o Tottenham, o presidente leonino exigiu mais 15 por cento dos direitos económicos do extremo, ficando agora o Sporting com 65 por cento, o que reforça o seu poder numa futura negociação - Tottenham ainda irá receber 35% do valor total da transferência. Edwards tem contrato com o Sporting até 2026 e uma cláusula de rescisão de 60 milhões de euros, valor que a administração da SAD leonina acredita que será atingido, sobretudo se o ex-Vitória de Guimarães mantiver alguma consistência nas suas exibições, como disse Rúben Amorim durante a conferência de imprensa no final do Sporting-Rio Ave. Marcus Edwards fez uma exibição muito positiva e marcou um golo fantástico.
"Ele tem um enorme compromisso, está sempre a bater os recordes dele. Mas o potencial do Marcus é para a seleção inglesa, só que para isso ele tem de ganhar consistência. Nós podemos ajudar, mas tem de ser ele a dar o passo. Eu entendo bem o Edwards, sei quando o devo deixar em paz, quando devo puxar por ele, percebo-o perfeitamente e lido bem com ele, mas há coisas que vai ter de ser ele a dar o pedal", disse o técnico.
O sonho inglês
Marcus Edwards não escondeu o sonho de regressar a Inglaterra para dar sequência à sua carreira. "Sim, sempre manifestou esse desejo. Aliás, percebia-se perfeitamente no contacto com ele", explicou a O JOGO Flávio Meireles, ex-diretor para o futebol do Vitória de Guimarães, que privou com o extremo quando este chegou ao clube, em 2019/20.
Meireles percebe o alcance das declarações de Rúben Amorim sobre o jogador e reforça. "Quem trabalha diariamente com ele reconhece o talento que tem. Não tenho dúvidas de quem tem qualidade para chegar à seleção inglesa e a clubes de topo de Inglaterra, mas terá de ser o próprio Edwards a querer lá chegar. Ele mais do que os outros à sua volta", sublinhou o antigo dirigente do Vitória, dizendo que o extremo tem "características ímpares e diferenciadoras". "É muito difícil encontrar jogadores como ele, é daqueles a quem é muito difícil tirar a bola porque tem um centro de gravidade baixo. Muito forte no um contra um, bom no passe, consegue sair da pressão de dois ou três jogadores, joga bem em espaços curtos e inventa soluções, como se viu no golo que marcou ao Rio Ave", destaca, realçando o trabalho realizado por Rúben Amorim. "Está melhor em muitos aspetos mas precisa de se focar diariamente para atingir determinados patamares".
As meias, os árbitros e o salmão às refeições
Edwards rasga as meias na zona dos gémeos para se sentir mais confortável. "Era o único jogador que fazia isso. Os árbitros durante o aquecimento chamavam a atenção e dávamos a volta à situação colocando uma fita nessa zona que depois com o decorrer do jogo caía", revela Flávio Meireles. A gastronomia portuguesa também não agradou totalmente. O salmão passou a estar presente em muitas refeições do extremo, uma espécie de melhor amigo.
Extremo sentiu dificuldades de adaptação
A adaptação de Marcus Edwards à cidade de Guimarães não foi simples. O jogador nasceu em Londres e viveu durante toda a juventude naquela cidade... Além disso, e apesar de ter um professor de português nunca foi muito dedicado na aprendizagem do idioma de Camões. "A língua foi um entrave e era de poucas falas, o que interferia na socialização".