Analisámos as ações dos três jogadores que Sérgio Conceição usou como lateral-direito. O brasileiro ganha a defender e até remata mais. Corona destaca-se nos cruzamentos
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Depois de meia época como central, Sérgio Conceição decidiu colocar Éder Militão na posição onde ganhou rotinas no São Paulo para conseguir emparelhar o reforço Pepe com Felipe no eixo defensivo.
Com isso, o FC Porto passou a ganhar mais duelos (pelo chão ou pelo ar), a perder menos e a recuperar mais bolas no lado direito da defesa. Mas perdeu a profundidade que Corona dava quando foi recuado para essa posição porque o mexicano cruza mais (3,7 vezes por cada 90 minutos a defesa direito) e melhor (44,1% chegaram ao destinatário) do que os dois concorrentes.
Porém, no geral, os números dão razão à aposta do treinador portista. "Militão pode dar mais à direita. Principalmente em termos ofensivos, porque, defensivamente, é um jogador muito capaz. Os nossos laterais têm de ser mais ofensivos do que defensivos. Vamos ver se continuará do lado direito ou no corredor central. Depende do jogo e do momento", referiu Sérgio Conceição há duas semanas. A verdade é que o brasileiro manteve-se na posição em que fez a maior parte dos jogos pelo São Paulo e as estatísticas dizem que ganha na maioria das ações de jogo analisadas [ver infografia] em relação a Maxi e Corona, os outros dois jogadores usados naquele lugar. Sobretudo nas defensivas.
Em termos ofensivos, o FC Porto perde profundidade, mas não deixa de ser curioso o facto de Militão ser o mais rematador dos três, o que pode ser justificado pela sua presença na área nas bolas paradas. Por outro lado, o brasileiro ainda não fez qualquer assistência (e é o que menos passes faz), enquanto Maxi - o que soma mais minutos à direita - e Corona já têm duas. O mexicano, refira-se, é o que mais interceções tem e o que menos faltas comete quando joga mais recuado.
Quanto a Maxi, o jogador começou a época como dono e senhor da posição, mas aos poucos foi perdendo protagonismo e ainda não foi chamado desde que recuperou da lesão e até o reforço de inverno Manafá já fez dez minutos à direita. Até lá, o uruguaio tinha números interessantes na eficácia dos passes e na média de passes longos que fazia por jogo. Em tudo o resto, perdia para os dois companheiros.