Declarações de Éder, campeão europeu por Portugal em 2016 e atual responsável da FPF, em direto para o podcast "1 PARA 1", de Pedro Pinto
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Conselho de Conceição que mais o marcou: “Eu sempre fui uma pessoa muito reservada e, pela minha experiência e história de vida, sempre tentei 'autoaconselhar-me'. Foi mais à base do que fui vivendo que tentei moldar aquilo que sou hoje. Mas lembro-me de um conselho quando estive com Conceição, ele dizia que eu para ponta-de-lança era muito simpático dentro de campo. Ele queria que eu fosse agressivo, porque muitas vezes um ponta-de-lança tem de ser egoísta e de ter vontade de destruir tudo. Ele deu-me esse conselho e foi algo que me marcou enquanto jogador”.
No Braga, Conceição já inspirava jogadores para marcarem a diferença dentro de campo? “Sim, a exigência do Sérgio é incrível e ele sempre a teve, pelo que ele passou na sua infância até chegar a profissional. A história da família dele é muito interessante e é daí que vem essa paixão. Tudo o que ele transmite em campo aos jogadores, já no Braga transmitia isso, não a vontade de ser perfecionista, mas o trabalho ao máximo para melhorar. A exigência que tinha era uma coisa abismal”.
Há muitos jogadores com talento, mas a dedicação e a disciplina são o que faz a diferença para se chegar ao topo? “Sim, isso terá que vir do jogador, mas durante um percurso há também um treinador que os pode ajudar. O Sérgio é um deles e experienciar uma época com ele parecem duas, porque é uma exigência incrível, aprendes muito. No início, quando treinei com o Sérgio, não estava habituado à sua forma de trabalhar e dizia: ‘O que é isto?’ Quando comecei a perceber melhor e a assimilar os processos e a pessoa, isso fez com que tivéssemos uma ligação melhor e com que aprendesse muito com ele. A exigência que ele trouxe e a forma como me moldou mentalmente e em vários aspetos do jogo fez com que melhorasse muito. Esses pontos podem vir dos jogadores, mas há treinadores que os podem ajudar nesse moldar”.