Carlos Carvalhal está de regresso ao clube do coração e da sua cidade. Fundamentou a escolha por impulso familiar
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Razões para voltar a Braga: "Não gosto de trabalhos incompletos e sinto que tinha trabalho para fazer aqui. Na minha saída [em 2006] foram levantadas teorias em relação a resultados, atritos com o clube, mas sempre expliquei, e volto agora a fazê-lo, que na altura tinha miúdos pequenos em idade escolar e para eles era impossível aguentar a pressão, porque naquela idade as crianças são cruéis; os meus filhos chegavam todos os dias a casa a chorar. Ironia do destino, a minha família, e principalmente o meu filho José Carlos, foi a principal impulsionadora para aceitar o convite do Braga; empurraram-me para vir. Nunca contrariei a minha família e a decisão de voltar ao clube do meu coração foi relativamente fácil".
Objetivos: "Só me concentro neste caminho, que é ganhar o primeiro jogo e depois o segundo. Prometo que o Braga vai jogar sempre olhos nos olhos em todos os estádios, só prometo isso, não vou alimentar a teoria até onde pode chegar o clube. Para chegar a Fátima tenho que passar primeiro por Famalicão, Porto, por vários sítios. O Braga vai ser um adversário incómodo para todas as equipas".
Garantias de estabilidade: "Hoje em dia as respostas têm que ser rápidas. Queremos formatar a equipa e ter um plantel competitivo. Vamos moldar a equipa em função das nossas ideias. Não há segredos, o objetivo é preparar a equipa para ganhar o primeiro jogo. Mas não somos adeptos de ganhar de qualquer forma, somos adeptos do bom futebol".
Momento do regresso a Braga: "Sou atípico e a minha carreira é atípica, porque ajo por impulso. Estava no Aves e fui para o Leixões, que estava numa divisão inferior, estava no Swansea, na Premier League, e aceitei o Rio Ave. Os meus amigos já me disseram que ou sou maluco ou tenho uma autoconfiança muito grande. As minhas decisões são mais por convicção. O fundamental é entrar num clube que me quer e foi isso que me levou para o Rio Ave. O lado emocional é muito forte. Aconteceu agora também; não quis saber se o Braga estava bem ou se estava na III Divisão, senti que o Braga me queria e isso foi determinante, mais importante do que dinheiro e o prestígio. O Braga está num patamar bom, tem uma organização do melhor, tem qualidade no plantel, que é dos melhores. Braga foi sempre uma cidade durante muitos anos conotada como sendo má mãe e uma boa madrasta. Agora existe uma boa oportunidade para dizer que, além de ser uma boa madrasta a cidade também é uma excelente mãe. Estamos todos aqui para conseguir um bom objetivo, para ajudar a equipa e se assim for vamos conseguir coisas muito boas".
Proposta de jogo: "Estou mortinho por conhecer os jogadores e começar a trabalhar, para criar laços emocionais com eles. Eles devem perceber que os vamos ajudar a ser melhores jogadores e só o conseguirão sendo jogadores de equipa. Vamos ter uma proposta ousada de jogo, para eles evoluírem. Não há motivação maior para os jogadores do que propor-lhes que sejam melhores".
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