Pouco após a confirmação da morte de Jorge Costa, FC Porto colocou o seu histórico capitão nos ecrãs gigantes do Estádio do Dragão. Com o intenso calor que se fazia sentir, poucos adeptos foram ao estádio, mas um deles esteve com o malogrado capitão na manhã de ontem, no Olival, e recolheu um autógrafo.
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Miguel madrugou na manhã de terça-feira para ir à caça de autógrafos ao Olival, em Gaia. Conseguiu que vários jogadores assinassem a sua camisola. Um dos últimos elementos a chegar foi Jorge Costa que, “como sempre, com muita disponibilidade, parou e assinou”. Eram 7h30 horas e o histórico capitão “estava bem”, recorda Miguel.
O portista voltou ao início da tarde para apanhar mais autógrafos e deparou-se com um cenário preocupante. Quando estava a chegar ao centro de treinos, viu uma ambulância a sair a toda a velocidade. Poucos minutos depois, começaram a sair os jogadores. Tinham caras fechadas e avisaram logo que não ia haver autógrafos e fotos. “Ficámos todos preocupados. Só depois é que percebemos o que tinha acontecido”, conta Miguel, que foi então para o Estádio do Dragão com a camisola que Jorge Costa tinha assinado horas antes. “Melhor recordação não posso ter”, afirmou.
Quanto ao Bicho, nem há dúvidas: “Vai continuar a ser um de nós; será sempre o eterno capitão”.
“O nosso último verdadeiro capitão”
Eduardo Costa fez questão de ontem levar o filho e o sobrinho ao Estádio do Dragão para prestar homenagem a um jogador mítico: “Personificava tudo o que gostamos no Porto: o querer, a mística, o ADN, a raça”. A notícia inesperada da morte de Jorge Costa foi “um choque”. Não há nenhum momento bom para morrer, mas “acaba por ser injusto por tudo o que ele passou na época transata”, enquadra Eduardo. Esta seria talvez a época em que iria tirar frutos do esforço feito nestes últimos meses.
Já Alberto não escondia a dor no rosto e a mágoa na voz. “É um momento verdadeiramente triste porque partiu, na minha opinião, o nosso último grande capitão”, explica o adepto. O filho e o sobrinho de Alberto não viram Jorge Costa jogar, mas já sabem perfeitamente o que ele significava para a nação azul e branca. Como bom portista, Alberto já lhes explicou quem foi o “último grande capitão”. Pelo menos por mais uma geração, a lenda do Bicho vai continuar viva.