Sete vezes campeão pelo FC Porto no reinado de Pinto da Costa, Domingos Paciência foi além de figura portista, um avançado de primeira água, um amigo íntimo do histórico dirigente, mesmo quando vestiu a pele de adversário enquanto treinador.
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"Vêm-me à memória muitas vitórias, muitas coisas vividas durante muitos anos, onde foram partilhadas muitas alegrias. Fica, acima de tudo, uma pessoa que me marcou, um grande amigo... É um dia triste para todos, para quem privou com ele, para quem teve oportunidade de crescer com ele num clube como o FC Porto", disse Domingos Paciência, que está, agora, na equipa de Pedro Proença na FPF.
Domingos nunca deixou de estar perto de Pinto da Costa em diferentes contextos. "Fui daqueles que tive oportunidade de partilhar vários momentos fora do futebol. Ficam múltiplas lembranças do seu sentido de humor e da sua memória. Lembrava-se de tudo, impressionava-me essa capacidade", observa, marcando o respeito que o desaparecimento de personalidade tão vitoriosa e singular merece. "Não estamos a falar de um legado a nível nacional, é a nível internacional. Fica na história do futebol pelo que ganhou, pelos anos à frente do FC Porto, pelo que fez ser o clube, o respeito que impôs a nível internacional. Foi algo único na história, por isso é o presidente mais titulado", expressa Domingos Paciência, confidenciando os contornos do último encontro com o carismático presidente dos azuis-e-brancos.
Domingos até foi adversário quando treinou Sporting e Braga, por exemplo. "A amizade prevaleceu sempre. Na última vez que estive com ele, chamou-me ao camarote dele. Foi na primeira jornada desta época. Disse-me que estava a ver ali pela primeira vez um jogo do FC Porto, que estava pela primeira vez do lado oposto ao camarote presidencial. Partilhou comigo esse momento único. Nem eu sabia disso, nem a maioria dos adeptos do FC Porto."