A opinião de Maria João Cascais, presidente da Sociedade Portuguesa de Medicina Desportiva.
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Maria João Cascais, presidente da Sociedade Portuguesa de Medicina Desportiva (SPMD), disse à agência Lusa que é cedo nesta altura apontar datas para um possível regresso das competições desportivas. "Neste momento é prematuro dar prazos para regresso à competição. Vamos aguardar mais um bocadinho, uma semana, para saber isso. Obviamente que os atletas vão treinando como podem, dentro das suas possibilidades. Quanto a competições com pessoas aglomeradas, vai ter de se esperar ainda um pouco", afirmou.
Apesar das estratégias que muitos desportistas encontraram para atenuar os efeitos de treinarem em suas casas, a dirigente sublinha que treinar confinado tem evidentes repercussões. "Temos de perceber que estes atletas estão habituados a um nível de treino e atividade que fez durante anos parte das suas vidas, por isso, o confinamento sem atividade é difícil. No entanto, há vários métodos, alguns dentro de sua casa ou fora, mas com um perímetro reduzido, para poderem continuar a treinar", referiu.
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Maria João Cascais, que foi eleita presidente da SPDM em 2020, depois de 25 anos em funções nos órgãos da direção, notou que, além dos efeitos que a paragem causa na componente física, alguns atletas também se ressentem em termos de sanidade mental. "O período que se vive afeta a população e todos os que dependem diariamente da sua atividade física para a sua profissão e o seu bem-estar. Afetará uns atletas mais do que outros. Como são uma população jovem torna a situação ainda mais complicada", sustentou.
De forma a apoiar os atletas das diferentes modalidades, a presidente da Sociedade Portuguesa de Medicina Desportiva lembra que existem profissionais que podem ajudar a superar as dificuldades que os desportistas sentem. "Há muitos acompanhamentos em termos de psicologia que podem e estão a ser feitos. Depende dos clubes e das modalidades em que estão inscritos", disse.
A propósito do auxílio que é prestado, a presidente, que sucedeu já este ano a João Paulo Almeida na liderança da SPMD, frisou o trabalho que é efetuado no organismo que lidera. "Nós, na Sociedade Portuguesa de Medicina Desportiva, temos um psicólogo, doutor Gonçalo Castanho, que tem feito várias intervenções on-line que poderão ajudar atletas. Temos também um webinar [plataforma que permite conferências online] com a doutora Rita Tomás, onde se debatem esses problemas da medicina desportiva. Ambos são pessoas muito válidas e que estão a ajudar muito nesta crise que estamos a viver", afirmou.
Sobre o regresso ao trabalho do Nacional da Madeira, clube da II Liga de futebol, que voltou a treinar no início da semana, Maria João cascais optou por não comentar o assunto.