"Vice" do Benfica visa Soares Dias, lembra Palhinha e não só: "Isto é uma selva"
Benfica voltou a deixar críticas à arbitragem do clássico com o FC Porto, agora através do vice-presidente Jaime Antunes, no programa "pontos nos is", da BTV.
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Clássico: "Foi um jogo bastante disputado, como é normal entre Benfica e FC Porto. Quando as coisas não correm bem devemos olhar primeiro para nós, para os nossos erros e é isso que o Benfica faz regularmente. A Direção discute de forma regular os seus problemas, o que não correu bem. Mas não podemos ignorar o que sai do nosso controlo."
Arbitragem: "A arbitragem do jogo foi bastante infeliz. Aqui no Benfica não usamos palavras como outros, palavras como 'roubar ou 'campos inclinados', essa não é a nossa linguagem, nem é a nossa postura no mercado do futebol. Olhamos para o que aconteceu e tiramos ilações. Houve claramente erros de arbitragem importantes que infleunciaram o desenvolver do jogo. Todos viram o lance do Pepe, que deveria ver o segundo cartão amarelo e ir para a rua, toda a gente viu, foi evidente, o árbitro estava bem colocado, numa posição onde tinha de analisar. Aqui a responsabilidade é exclusiva do árbitro, não do VAR ou de alguém. Não só tem o erro na ação, mas também logo a seguir, interrompendo uma jogada que podia ser de golo. Foi legítima a reação do Benfica. Foram dois lances, nem vou falar de outros como o penálti sobre o Diogo Gonçalves, mas são dois exemplos claros de uma arbitragem que cometeu erros que penalizaram o Benfica de forma grave no jogo."
Reflexão: "Este jogo merece outra reflexão: porque é que nos jogos entre Benfica e FC Porto, sem pôr em causa a honestidade do árbitro, ele [Artur Soares Dias] é nomeado sucessivamente? Quando sabemos que o árbitro em causa vive no Porto, tem um ambiente social onde se move e o CA não pode ignorar essa envolvente que pode condicionar psicologicamente o seu desempenho nos jogos entre Benfica e FC Porto, dada a rivalidade e o que está em jogo. A arbitragem foi infeliz com consequências no jogo e em prejuízo do Benfica."
Dualidade de critérios: "Sim, sobretudo no critério disciplinar. Se olharmos para o amarelo mostrado a Weigl, se o mesmo critério fosse aplicado aos jogadores do FC porto, Sérgio Oliveira teria ido para a rua. Houve alguma incoerência na forma como o árbitro geriu o jogo."
Mal preparado? "Um árbitro com a categoria e experiência de Soares Dias tem de estar sempre preparado para um jogo desta natureza. Com o enquadramento social que tem, onde vive, é natural que esteja condicionado psicologicamente num jogo desta importância. A responsabilidade principal nem é do árbitro, mas sim de quem o nomeia. Parece que só há um árbitro para o Benfica-FC Porto... Há mais árbitros com categoria e experiência para esse trabalho. O CD dá uma nota de grande insensibilidade nestas questões, que são recorrentes. Não é por acaso que Soares Dias, que todos reconhecem ser categorizado, nos jogos entre Benfica a FC Porto, em geral, tem sempre uma grande infelicidade, normalmente em prejuízo do Benfica."
Mais críticas: "O principal problema é quem o nomeia e é essa responsabilidade que o Benfica chama à atenção das entidades que gerem o futebol em Portugal, que estão a ir por um caminho pouco saudável. Nomeadamente nos critérios de bom senso e disciplinares. Isto está uma lei da selva, há um jogador com seis cartões amarelos que nunca foi suspenso, um treinador que foi suspenso e afinal não foi, o outro treinador que foi suspenso e afinal também não foi... é a lei da selva. É o momento de refexão sobre o que se passou esta época. O Benfica tem de a fazer, mas olhando também para as entidades que gerem o futebol, como a Liga ou a FPF, para ver o que andam realmente a fazer. Esta área da disciplina é má demais para ser aceitável numa atividade tão relevante como o futebol. Não é aceitável um jogador ter uma série de cartões amarelos e que devia ter um jogo de suspensão continuar a jogar impunemente, outros que têm treinadores sucessivamente expulsos e suspensos, mas a suspensão não vale e podem adiar castigos para quando lhes convém, para quando lhes interessa. É um castigo 'à la carte', onde cada um é mais habilidoso a gerir este tipo de recursos. O futebol português está neste estado lamentável e a opinião pública não entende esta arbitrariedade completa."