Francisco J. Marques, diretor de comunicação do FC Porto, comentou esta terça-feira, no Porto Canal, o recente comunicado do Benfica sobre o acesso aos alegados emails de Pedro Guerra e Paulo Gonçalves
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"A mais famosa de todas as fugas de informação foi o Watergate, que levou à queda do presidente do Estados Unidos, e não foi por isso que deixou de ser revelado. Aí o que importou foi o conteúdo e aqui também. A abordagem que todo o país espera é que o Benfica comece a explicar estas práticas muito evidentes e óbvias, que não são razoáveis", começou por dizer Francisco J. Marques sobre o comunicado, emitido na segunda-feira, no qual o Benfica anuncia ações judiciais contra quem divulgar e aceder a informações confidenciais.
O exemplo do apoio dado pelo Benfica às claques é usado pelo diretor de comunicação do FC Porto. "O Benfica continua a negar prestar apoios às claques, mas, por esta fuga de e-mails, há variadíssimos exemplos em que fica muito claro o apoio às claques ilegais. Isso não carece de uma explicação pública? Claro que sim. Os responsáveis do Benfica têm tentado sempre circundar o problema e não vão ao que é verdadeiramente o problema, que é a análise correta do conteúdo dos e-mails. Continuar, passado meio ano desde as primeiras revelações, a discutir o acesso ilegítimos dos e-mails... Todos já perceberam que o acesso não foi legítimo, assim como não foram no Wikileaks e no Watergate. Não vale a continuar a bater no ceguinho. Até fica mal ao Benfica querer impor uma nova inquisição", disse,
"O Benfica perdeu o controlo disto tudo, porque, com a facilidade de circulação de informação, a importância das redes sociais e a existência de uma imprensa livre é impossível ter controlo sobre isto. E então tenta ameaçar as pessoas. Nós vamos continuar a ler, porque é através da leitura destes e-mails que percebemos o quão mau é o controlo que o Benfica exerce sobre o futebol português", considera Francisco J. Marques, que acaba, acrescentar: "O grosso da documentação que revelámos era dos anos mais recentes, de 2014 até 2017, e estas novas revelações têm incidido em coisas de 2008 e 2009, que são idênticas no modo de agir. É irregular. Aquele tipo de práticas não é aceitável. Não vale a pena insistir na mesma coisa. Se calhar há uma parte em que têm razão, mas paciência; não tivessem cometido os crimes que cometeram."