Messi na curva descendente de carreira ímpar, Mora com jogo mediático que o pode lançar para o estrelato. Portista chegou à maioridade com rodagem ao mais alto nível superior à do então craque do Barcelona. Além da estatura e currículo, saiba o que une e separa os jogadores em quem vão centrar-se os holofotes.
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Um palco de excelência para um dos maiores astros de sempre do futebol e para uma estrela em tenra idade cujo brilho ofusca os companheiros. O Inter Miami-FC Porto não só pode ser determinante para as aspirações dos portugueses na competição como será o teste mais mediático da ainda curta carreira de Rodrigo Mora. Tudo por culpa do astro argentino que estará do outro lado: Lionel Messi. O futebol é um desporto coletivo, mas são as individualidades que o tornam mais especial e o confronto de hoje é um daqueles que poucos antecipariam ser possível de acontecer.
Afinal, o que une e separa os craques de FC Porto e Inter Miami, que esta noite se defrontam na segunda ronda do Grupo A do Mundial de Clubes? Há as evidentes, como o facto de o astro argentino, prestes a fazer 38 anos, ter o dobro da idade e imensamente mais títulos conquistados – além das oito (!) Bolas de Ouro – do que a nova coqueluche dos dragões, assim como a qualidade de ambos ser inversamente proporcional ao respetivo tamanho. Aqui também ganha Lionel, com mais dois centímetros do que Rodrigo. Um joga preferencialmente com o pé direito, o outro com o esquerdo, mas a bola nunca se queixa da forma como é tratada.
“Sempre o vi a jogar na televisão e, agora, poder enfrentá-lo num Mundial de Clubes é um sonho de criança”, admitiu o jovem portista que há menos de um ano começava a dar nas vistas na equipa B dos dragões e no Europeu de Sub-17.
A ascensão de Mora tem sido meteórica, mais rápida até do que a do ídolo que esta noite irá cumprimentar e, quem sabe, trocar de camisola. O tamanho é, seguramente, o mesmo... Sem entrar no lado especulativo, já que ninguém pode prever até onde irá o jovem portista, a verdade é que tem, aos 18 anos e um mês, uma maior rodagem do que Messi com a mesma idade quando representava o Barcelona, um clube com uma identidade muito idêntica à do FC Porto.
Depois da estreia no Dragão, em novembro de 2003, Messi manteve-se basicamente a jogar pela equipa secundária dos culés (22 jogos e seis golos) e a treinar ao lado de astros como Deco, Ronaldinho ou Xavi, já jogadores feitos e experientes que lhe tiraram espaço. Daí que, quando atingiu a maioridade, Messi tinha apenas nove aparições pelo Barcelona e um golo marcado. Mora, por outro lado, não tem no plantel portista talento que lhe tape o caminho e é o dele que vai brilhando e desatando os nós que os portistas vão enfrentando.
Foi estreado por Vítor Bruno e, com Anselmi, assumiu um protagonismo ímpar num jovem da sua idade, ao ponto de se preparar para, esta noite, fazer o 34.º jogo, igualando o registo que tem pela equipa B. Mais impressionantes, porém, são os dez golos e quatro assistências. E o FC Porto ganhou sempre que ele teve uma ação decisiva...
Mora ainda tem muito para mostrar e crescer, Messi já não tem nada a provar, mas é neles que os holofotes estarão centrados numa tarde que se prevê quente e húmida em Atlanta, que pode servir de rampa de lançamento para a “internacionalização” de um jovem que já tem meia Europa de olho e que está bem protegido por uma cláusula de rescisão de 70 milhões de euros. A SAD, já se sabe, não admite sequer negociar.