O treinador do Vitória de Setúbal criticou duramente a arbitragem de Pedro Proença e recordou até outros jogos. "Ao contrário do Vítor Pereira, não me posso falar de ser favorecido, porque nunca o fui".
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José Mota mostrou-se muito descontente com a arbitragem de Pedro Proença no jogo que o Vitória de Setúbal perdeu (3-0) com o FC Porto, terminando com nove jogadores após as expulsões de Bruno Galo e Jorginho. "Não posso falar de ser beneficiado, porque essas coisas não me acontecem. Tenho de dar a cara com um sentimento diferente. As duas expulsões não podem surgir. Se for assim, terminamos o jogo sem jogadores, porque, realmente, são faltas naturais, não existem. Houve uma dualidade de critérios gritante, nesse aspecto, que prejudicou nitidamente o Vitória de Setúbal e, a partir daí, o FC Porto fez o 2-0, fez o 3-0 e, se o jogo continuasse, com certeza faria mais golos", disse o treinador sadino. E sem deter-se acrescentou. "O estado anímico da minha equipa foi, digamos, derrotado com as expulsões e o nosso sentimento é de frustração, porque, mais uma vez, tentámos fazer algo positivo, ser uma equipa atrevida, descaracterizar o jogo do adversário, trabalhámos, trabalhámos, mas, ficámos só pelo tentar, porque outras coisas acontecem, desta maneira, sempre. É lamentável que isto suceda. É importante perceber por que acontece sempre contra os mesmos. Não aceito e nunca aceitarei este tipo de coisas, porque o Vitória de Setúbal tem sido demasiado castigado com este tipo de situações: é sempre o primeiro golo num lance de penálti - não está aqui em causa se é ou se não é; sucede. Não há dúvidas absolutamente nenhumas. Lamento que isto aconteça sempre contra o Vitória de Setúbal", disse.
Sobre o jogo, defendeu a ideia de que o equipa sadina foi quase sempre capaz de criar problemas ao FC Porto. "Sabíamos que era um adversário forte, que, se deixássemos, iria tornar o jogo fácil, com as constantes movimentações do meio-campo e dos homens ofensivos. Estivemos fortes no posicionamento e nas marcações, o FC Porto teve muita dificuldade em impor o jogo de que tanto gosta, da circulação de bola entre sectores. Entrámos algo receosos, nesse aspecto, e o FC Porto chegou perto da baliza. A partir do golo do FC Porto, fomos completamente diferentes, uma equipa mais organizada, mais determinada, o nosso meio-campo foi mais forte, designadamente, nas segundas bolas. Algumas ocasiões poderiam ter surgido. Descaracterizámos o jogo do FC Porto e fomos superiores. Na primeira parte, tivemos um ascendente em relação ao poderio do FC Porto. É claro que o FC Porto tem as suas qualidades, tem excelentes jogadores. Teve mais posse de bola, movimentou-se de modo organizado, mas, sem criar perigo. Até ao 1-0 o FC Porto estava a saber gerir. Depois, acontecem todos os lances que acontecem no nosso futebol e sempre aos mesmos. Ao contrário do Vítor Pereira, não me posso falar de ser favorecido, porque nunca o fui", concluiu.