Extremo não joga desde 29 de março, por lesão. São muitas as paragens ao longo da carreira. Currículo é vasto em títulos, como em paragens forçadas. O valor de mercado também tem estado em queda e o Benfica garante um negócio de oportunidade ao estilo do que o Sporting fez com Pablo Sarabia
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Draxler chega ao Benfica aos 28 anos com estatuto de internacional alemão, como campeão francês (tem um total de 14 títulos a nível de clubes e dois de seleções), com um currículo invejável e um nome forte na praça, mas também com um histórico de lesões que assusta: engenharia alemã, mas com areia na engrenagem... As lesões, o alto salário e as muitas opções de luxo levaram o PSG a colocar o alemão nos dispensáveis.
O extremo alemão tinha mais dois anos de contrato com o PSG, onde chegou em janeiro de 2017, após época e meia no Wolfsburgo, que o recrutou ao clube onde se formou e onde passou as primeiras cinco épocas completas como profissional, o Schalke. A influência dos dois primeiros anos e meio nos franceses (25 jogos em meia época de 2016/17 e 47 e 46 partidas nas duas seguintes) foi caindo: 22 jogos em 2019/20, 34 em 2020/21 e apenas 24 em 2021/22. Quanto a golos e assistências, a sua melhor época foi em 2012/13, a única em que passou a barreira dos 10 golos e marcou 13 vezes (e fez três assistências). Já pelo PSG chegou às onze assistências (e cinco golos) em 2018/19.
Pela Alemanha soma 58 jogos (40 como titular) e sete golos, e ganhou um Mundial e uma Taça das Confederações (competição na qual foi eleito melhor jogador). E foi pela seleção que Draxler pisou pela última vez os relvados, a 29 de março, contra os Países Baixos. Depois, a 1 de abril, contraiu uma lesão no menisco externo do joelho direito que necessitou de intervenção cirúrgica. Foi a lesão mais recente, e que o levou a perder 15 jogos em 152 dias de paragem.
Já antes, em 2014/15, sofreu rotura de um tendão na coxa esquerda, que precisou também de correção com recurso a operação, tendo falhado na altura 21 jogos (parou 147 dias). Entre uma e outra lesão, foi tendo várias, constantes, que foram ditando paragens mais pequenas, mas arreliadoras para o jogador e os seus clubes, naturalmente.
O alemão destaca pela velocidade e pela capacidade de quebrar linhas e criar oportunidades, mas tem sido travado constantemente por lesões (musculares, ruturas, fraturas; nos joelhos, coxas, adutores, tendão de Aquiles, costas, antebraço e até um traumatismo craniano).
Se o currículo de títulos é extenso, o de lesões não fica atrás. E o valor de mercado (segundo o Transfermarkt o internacional alemão vale agora 18 M€), esse, também tem estado em queda. O Schalke vendeu-o ao Wolfsburgo por 43 M€, o Wolfsburgo ao PSG por 36 M€, e agora a fatura do Benfica será bem menor: as águias vão pagar cerca de 2,5 M€ pelo empréstimo, sem opção de compra, em negócio semelhante ao que os franceses fizeram há um ano com o Sporting por Pablo Sarabia, pois Draxler, em ano de Mundial, não quer ficar no PSG sem jogar.
Tudo junto, são fatores que possibilitam a entrada em cena do Benfica para resgatar um talento reconhecido lá fora, pois hoje em dia é visivelmente difícil, mesmo aos grandes de Portugal, disputar craques internacionais já consagrados com clubes das principais ligas europeias.
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