Danilo lançou o repto e O JOGO fez a investigação. A chegada à baliza e os duelos ofensivos são aquilo que o FC Porto mais pode melhorar
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O FC Porto já não manda no ataque e está a perder força naquilo em que mais se destacou em 2017/18: o ataque e os duelos ofensivos. A equipa não está tão mal quanto as duas derrotas no campeonato pintam, mas está abaixo do nível do ano passado. Danilo, no final do jogo com o Benfica, cansou-se de desconversar e assumiu que a equipa tem de arrepiar caminho. "A verdade é que temos de melhorar determinados aspetos", atirou à Benfica TV.
O JOGO foi à procura de respostas. Afinal, no que é que o atual FC Porto é pior do que o da época passada? Neste momento, no ataque, ainda que a média de golos sofridos nas primeiras sete jornadas seja também pior do que a da época passada. Mas esse era um problema que Sérgio Conceição já resolveu na paragem competitiva anterior, ao assumir em definitivo a opção por Éder Militão, que, nesta altura da época, é um dos dragões que melhor conta dão de si próprios. Com o brasileiro em campo, os dragões sofreram apenas um golo em quatro jogos. Antes, foram cinco em três desafios. Na comparação numérica também se percebe isso: Militão está ao nível de Marcano e as outras peças recuperam a cada semana que passa os índices da época do título.
Recuperar a força ofensiva (seis golos marcados nos últimos seis jogos) é a tarefa que se segue. Não há muitos jogadores disponíveis (as seleções roubaram Brahimi, Marega, Corona), mas o problema está identificado: o FC Porto ataca pior, sobretudo porque tem mais dificuldade em ligar o meio-campo ao ataque e chega lá menos vezes com perigo do que na época anterior. Se o processo coletivo pode afinar essa estratégia, é também importante devolver ao dragão a capacidade nos duelos que no ano passado tornavam o ataque azul e branco especial. A principal diferença nota-se na posição 9. Aboubakar e Soares só ganham um em cada três duelos individuais, quando na época passada ganhavam quase metade. Marega e Corona estão pior à direita e só mesmo a perda de Brahimi é ligeira. Nos jogadores que mais facilmente se chegam à frente para apoiar o sector, só Maxi Pereira e Otávio estão acima da percentagem de duelos ganhos em 2017/18, mas a subida só é relevante no caso do brasileiro, que se assumiu em definitivo como primeira opção.
Voltando aos processos coletivos, é só ler a infografia acima para perceber que a equipa vai menos vezes à baliza do adversário. E, especialmente, vai menos vezes com qualidade. Mete menos sete passes no último terço do que em 2017/18, rompe a defesa do adversário menos duas vezes do que na época transata e, acima de tudo, cria quase menos uma oportunidade de golo por jogo. Sem garantias de que a oportunidade fosse concretizada, a verdade é que, contra o V. Guimarães ou o Benfica, o FC Porto até poderia ter salvo pelo menos um ponto.